🎭 Enquanto o povo sofre, os Correios bancam show de R$ 4 milhões para Gilberto Gil

🎭 Enquanto o povo sofre, os Correios bancam show de R$ 4 milhões para Gilberto Gil

Trabalhadores sem FGTS, plano de saúde suspenso — mas a estatal patrocina artista com ingressos acima de um salário mínimo

Enquanto os trabalhadores dos Correios amargam atraso em salários, descontos indevidos e até suspensão no atendimento do plano de saúde, a direção da estatal decidiu abrir os cofres e investir nada menos que R$ 4 milhões para ser “patrocinadora master” da turnê do cantor Gilberto Gil.

Sim, você leu certo. A mesma empresa pública que está à beira de uma greve, com fornecedores de transporte sem receber e servidores em completo desespero, resolveu bancar uma turnê milionária, com ingressos que chegam a custar R$ 1.530 — valor superior ao salário mínimo de R$ 1.518. Para a maioria da população, o espetáculo só poderá ser assistido de longe, e ainda assim, com revolta.

Pior: esse não é um caso isolado. Desde o início do atual governo, os Correios já gastaram R$ 38 milhões em patrocínios culturais e institucionais. Só no evento “Lollapalooza”, mais R$ 6 milhões foram despejados para estampar a marca da empresa pública ao lado de grifes como Rolex e outras multinacionais de luxo. No encontro de prefeitos em Brasília, mais R$ 1,3 milhão saíram dos cofres da estatal — tudo em nome de “reposicionamento de marca”.

Enquanto isso, o plano de saúde dos funcionários foi descredenciado, deixando milhares de trabalhadores e suas famílias sem atendimento médico. E quando questionada, a empresa se limita a dizer que está “em tratativas” para resolver o impasse. Não explica, não se compromete. Apenas ignora o fato de que o básico, o essencial, está sendo negligenciado.

É a velha lógica do Brasil invertido: a elite cultural e os eventos com tapete vermelho recebem milhões, enquanto o trabalhador da base, aquele que carrega o sistema nas costas, precisa fazer vaquinha pra comprar remédio. E ainda tem que ouvir discurso bonito sobre cultura e inclusão.

Se isso é “reposicionamento de marca”, o que dizer do reposicionamento da dignidade dos trabalhadores, que hoje convivem com o medo de adoecer e não ter a quem recorrer?
Se é pra investir em imagem, que imagem é essa de um governo que gasta mais com patrocínio do que com saúde e dignidade?

A pergunta que fica é simples: pra quem os Correios estão trabalhando? Porque para seus próprios funcionários e para o povo brasileiro, a resposta parece ser “não é”.

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