
💰 Lula corre contra o tempo e tenta salvar orçamento das universidades federais
Após congelar R$ 31,3 bilhões, governo se movimenta para liberar R$ 340 milhões e evitar colapso nas instituições
O governo Lula precisou pisar no freio e cortar R$ 31,3 bilhões do orçamento deste ano para cumprir as regras fiscais. Mas a pressão não demorou: universidades federais começaram a anunciar cortes de serviços, redução de transporte para alunos e até risco no funcionamento dos restaurantes universitários.
Diante desse cenário, o presidente Lula deve se reunir nesta terça-feira (27) com reitores de universidades federais para anunciar uma recomposição no orçamento das instituições. A previsão é de liberar R$ 340 milhões — um valor até acima dos R$ 249 milhões que o setor havia pedido como emergência.
A verba vai sair de um remanejamento interno, ou seja, não é dinheiro novo, mas uma reorganização do que já estava previsto no caixa do governo. A decisão já tem sinal verde do Ministério da Fazenda e deve cobrir parte dos cortes que atingiram a educação na Lei Orçamentária de 2025, aprovada em março.
🚫 Cortes sufocam as universidades
O problema ficou ainda mais grave com um decreto do próprio governo, que limitou o quanto cada órgão público pode gastar mensalmente. Na prática, de maio até novembro, as universidades só podem usar pouco mais de 60% do que tinham planejado para despesas como manutenção, terceirizados, luz, água e transporte — salários, por enquanto, estão fora desse limite.
Isso acendeu o alerta. Algumas universidades já cortaram transporte de alunos, reduziram combustível e passaram a escolher quais contas pagar primeiro, priorizando as mais atrasadas.
A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) reagiu forte. Em nota, disse que a recomposição dos cortes e uma verba extra para este ano são “urgentes e essenciais” para garantir que as universidades sigam funcionando.
“Se só liberarem o dinheiro em dezembro, não tem como manter as atividades nem cumprir os contratos durante o ano”, alertou a entidade.
🧮 Onde o governo vai apertar mais o cinto?
Apesar da liberação para as universidades, o governo ainda não divulgou quais ministérios ou projetos vão sentir mais o impacto do congelamento dos R$ 31,3 bilhões. O detalhamento oficial sai no próximo dia 30, por meio de um decreto.
Depois disso, cada órgão terá cinco dias úteis para apontar quais programas vão ser bloqueados ou postergados.
Os cortes atingem gastos chamados de “não obrigatórios”, que incluem desde manutenção de prédios públicos até investimentos em obras e compra de equipamentos. Veja como o corte está dividido:
- 🔸 R$ 20,7 bilhões contingenciados: podem ser desbloqueados se a arrecadação melhorar.
- 🔸 R$ 10,6 bilhões bloqueados: são mais difíceis de reverter, geralmente causados por aumento de despesas obrigatórias, como Previdência ou folha de pagamento.
Enquanto isso, o clima é de apreensão. Universidades tentam segurar as pontas, e o governo corre para evitar que o desgaste fique ainda maior, especialmente entre sua base de apoio no setor da educação.