🔍 Mais uma peça no tabuleiro: PF encontra aplicativo de grampo em celular de assessora de Carlos Bolsonaro

🔍 Mais uma peça no tabuleiro: PF encontra aplicativo de grampo em celular de assessora de Carlos Bolsonaro

Polícia Federal volta a mirar em assessores para cercar o clã Bolsonaro. Agora, um simples app virou evidência em mais um capítulo da chamada “Abin paralela”, reacendendo suspeitas sobre perseguição política.

Mais uma vez, a Polícia Federal bate à porta do clã Bolsonaro — e, mais uma vez, o alvo é um assessor. Ou melhor, uma assessora. Durante as investigações sobre o já polêmico caso da “Abin paralela”, os agentes da PF encontraram no celular da funcionária do vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) um aplicativo de monitoramento. Aí começa a nova rodada de manchetes.

O tal app foi identificado durante a perícia em um celular apreendido em janeiro do ano passado. A operação, como outras tantas, já parecia ter um destino claro: encontrar qualquer migalha que possa ser transformada em denúncia contra o entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A descoberta, apresentada em petição sigilosa ao Supremo Tribunal Federal (STF), é tratada como peça-chave para dar fôlego ao inquérito que acusa a existência de uma “estrutura paralela de espionagem” dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Um nome bonito para o que, para muitos, soa como mais uma construção política com endereço certo.

A assessora, ao ser ouvida na Superintendência da PF, disse que o aplicativo servia para monitorar o próprio filho, menor de idade. Mas, ao que parece, a versão dela pouco importa. O que importa, mais uma vez, é alimentar o enredo de que tudo gira em torno de um grande esquema oculto — e que, ao final dessa novela, o nome de Jair Bolsonaro esteja no centro da culpa.

O cerco continua. Carlos Bolsonaro, o “02”, também foi chamado a depor. Disse que mal conhecia Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, pivô da história, e que só teve contato com ele em 2018, quando o então candidato à presidência havia acabado de sofrer o atentado em Juiz de Fora.

Negou tudo. Disse que nunca pediu nada a ninguém, muito menos dados obtidos por métodos ilegais. Mas mesmo negando, segue sendo arrastado junto com a lama que jogam.

Aliás, a própria operação que colocou a assessora na mira da PF tinha Carlos como alvo direto. Segundo os investigadores, o vereador teria sugerido alvos para serem vigiados — jornalistas, políticos, ministros. Um roteiro pronto para criar a imagem de um gabinete das sombras.

E no meio disso tudo, o que aparece como prova? Uma troca de mensagens entre a assessora e uma auxiliar de Ramagem. Diálogo que, se fosse em outro contexto, passaria batido. Mas nesse jogo político, cada vírgula vira chumbo.

Enquanto isso, Ramagem, hoje deputado federal, também segue sendo alvejado. Foi alvo de operação da PF dias antes do depoimento da assessora. O objetivo parece claro: isolar, enfraquecer e criminalizar a estrutura que esteve ao redor de Bolsonaro durante o governo.

A cada movimento da PF, o que se vê é menos Justiça e mais roteiro. A cada aplicativo achado, a cada depoimento vazado, mais se fortalece a narrativa de que o cerco é menos jurídico e mais político. A pergunta que fica no ar: até onde vai essa perseguição disfarçada de investigação?

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