
đź”’ Congelado no tempo: ArmĂnio Fraga sugere travar reajuste do salário mĂnimo por seis anos
Enquanto o custo de vida acelera, ex-presidente do Banco Central propõe que o trabalhador espere na fila da estagnação
Durante sua participação na Brazil Conference, realizada na Universidade de Harvard e no MIT, nos Estados Unidos, o economista ArmĂnio Fraga defendeu uma proposta no mĂnimo polĂŞmica: segundo ele, o Brasil deveria congelar o valor do salário mĂnimo — em termos reais — pelos prĂłximos seis anos.
A declaração foi feita no Ăşltimo sábado (13), e rapidamente gerou repercussĂŁo. Fraga, que presidiu o Banco Central entre 1999 e 2003, argumenta que essa seria uma medida necessária para colocar as contas pĂşblicas em ordem e reequilibrar a economia do paĂs.
O problema? Enquanto o salário mĂnimo ficaria parado, os preços continuam subindo, corroendo o poder de compra de milhões de brasileiros que dependem exclusivamente desse valor para sobreviver. Na prática, congelar “em termos reais” significa que, embora o valor nominal possa atĂ© ter algum reajuste, ele nĂŁo acompanharia a inflação — ou seja, o dinheiro na mĂŁo do trabalhador valeria menos a cada ano.
A fala de Fraga reacende o debate sobre quem realmente paga a conta dos ajustes fiscais. Para ele, o congelamento Ă© um “mal necessário”. Para quem vive com um salário mĂnimo, Ă© a receita perfeita para aprofundar a desigualdade social.