
🚨 Deputada recua sobre anistia após pressão — e mantém contratos milionários com governo Lula
Helena Lima, sócia de empresa que já faturou mais de R$ 600 milhões com a União, volta atrás no apoio ao PL da Anistia
A decisão da deputada federal Helena Lima (MDB-RR) de retirar sua assinatura do requerimento de urgência do projeto de anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro ganhou um novo capítulo: além da pressão política, há um forte elo financeiro com o governo federal. A parlamentar é sócia da Voare Táxi Aéreo, empresa que mantém contratos em vigor com o governo Lula somando mais de R$ 160 milhões.
Helena, conhecida como “Helena da Asatur”, declarou ao TSE possuir 10% de participação na empresa. Seu marido, Renildo Evangelista Lima, é o dono majoritário da Voare — e foi preso pela Polícia Federal em setembro de 2024, flagrado com dinheiro escondido na cueca. Apenas cinco meses após o escândalo, a empresa firmou um contrato de R$ 15,8 milhões com o Ministério da Saúde para atender comunidades indígenas na região Yanomami.
Desde que Helena tomou posse em 2023, a Voare já celebrou 17 contratos com o governo federal, somando um total de R$ 610,6 milhões recebidos da União. A empresa também foi beneficiada com isenções fiscais de R$ 11,5 milhões e R$ 3,1 milhões por meio de emendas parlamentares. O principal cliente da Voare dentro da estrutura federal é justamente o Ministério da Saúde, onde Helena exibe forte trânsito — com registros de encontros tanto com o atual titular da pasta, Alexandre Padilha (PT), quanto com a ex-ministra Nísia Trindade.
Nos bastidores da Câmara, a leitura é de que a retirada da assinatura ocorreu após forte pressão do Planalto, diante da incoerência de uma parlamentar governista apoiar um projeto que tenta anistiar os golpistas de 8 de janeiro. O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que Helena recuou na véspera do protocolo do requerimento. Procurada, a deputada não se manifestou.
Entre silêncio e contratos gordos, Helena Lima escolheu o lado do governo. Mas o recuo de última hora acendeu o alerta sobre até onde vai a fidelidade política quando há interesses milionários em jogo.