🚰 Água de Ouro na COP30: Governo recua após polêmica com preços até 611% mais caros

🚰 Água de Ouro na COP30: Governo recua após polêmica com preços até 611% mais caros

Escândalo na licitação da água: galões sairiam até 7 vezes acima do mercado, mas pressão faz governo desistir da compra

Em mais um capítulo daqueles que fazem o contribuinte arregalar os olhos, o governo Lula precisou voltar atrás na compra de galões de água para a COP30, que estava orçada em valores absurdamente acima do mercado. A conta? Até 611% mais cara que o preço normalmente pago por órgãos públicos. Na prática, seria um rombo de quase R$ 900 mil só com água.

O plano inicial previa torrar cerca de R$ 1 milhão na compra de 51 mil galões de 20 litros, divididos entre preços de R$ 30,22 e R$ 18,27 por unidade — bem longe da realidade dos contratos públicos. Só para comparar, o Senado Federal fechou recentemente a compra de galões similares por R$ 4,25 cada. Ou seja, os organizadores da COP30 pretendiam pagar até sete vezes mais caro.

⚠️ Pressão e recuo

Diante da repercussão, o governo se apressou em esclarecer que o contrato sequer foi assinado. Na nota oficial, informou que os galões não farão mais parte da compra, já que empresas se ofereceram para patrocinar o fornecimento da água. Traduzindo: fugiram da bomba antes que explodisse.

A Secretaria Extraordinária para a COP30 justificou, inicialmente, que os valores estavam sendo “analisados” levando em conta os custos locais de Belém. Porém, após a publicação da reportagem, a narrativa mudou: “O item foi retirado do contrato”, admitiu.

💰 Contrato milionário e sem licitação

Toda essa confusão gira em torno de um convênio bilionário firmado entre o governo federal e a Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI), responsável pela organização da conferência — sem licitação. O contrato gira em torno de R$ 480 milhões, dos quais a OEI abocanha 5% em taxa de administração.

A própria OEI havia previsto um custo surreal para os galões: até R$ 60,44 cada, depois reduzido para os já salgados R$ 30,22 e R$ 18,27.

Além dos galões, outro item chamou atenção: as garrafinhas de água de 500 ml, inicialmente cotadas por espantosos R$ 17,50 cada.

📉 Comparando com o mundo real

Os números não mentem. Veja alguns exemplos recentes de compras públicas:

  • Universidade Federal do Acre: pagou R$ 4,95 por unidade (abril de 2024).
  • Justiça Federal de Pernambuco: galões saíram por R$ 3,80 (abril de 2024).
  • Comando da Aeronáutica: pagou até R$ 10,10 (maior valor encontrado).
  • Marinha: comprou por R$ 3,89 e R$ 4,95 (janeiro de 2025).
  • Senado Federal: manteve o preço de R$ 4,25 na compra de 60 mil unidades, tanto em 2024 quanto em 2025.

Fica difícil justificar preços tão inflacionados, especialmente considerando que várias dessas compras ocorreram até mesmo na Região Norte, onde será realizada a COP30.

🌎 A COP da controvérsia

Marcada para novembro, em Belém (PA), a COP30 deve receber mais de 40 mil visitantes entre chefes de Estado, ONGs e ambientalistas. Mas, antes mesmo de começar, o evento já coleciona polêmicas — e essa história dos galões de água virou símbolo do que a população tanto critica: a velha mistura de desperdício, desorganização e falta de zelo com o dinheiro público.

Compartilhe nas suas redes sociais
Categorias
Tags