🌍 Em meio a atritos diplomáticos, Ucrânia retira embaixador do Brasil
Decisão ocorre após gestos de Lula que foram mal recebidos por Kiev; relação entre os países segue estremecida
A relação entre Brasil e Ucrânia deu mais um passo rumo ao distanciamento. O atual embaixador ucraniano em Brasília, Andrii Melnyk, está de saída do cargo e deixará o país nos próximos dias para assumir um novo posto como representante permanente da Ucrânia na ONU. Com isso, o Brasil ficará temporariamente sem um embaixador ucraniano, segundo confirmaram fontes diplomáticas ao Metrópoles.
No lugar de Melnyk, a embaixada contará apenas com um conselheiro interino — o chamado Encarregado de Negócios — sem previsão de quando um novo embaixador será nomeado. Embora essa substituição possa parecer burocrática, no mundo diplomático ela costuma ser interpretada como um sinal político: um gesto de insatisfação ou frustração com o país anfitrião.
E os sinais de desgaste entre Brasília e Kiev não são novidade. A tensão cresceu após o anúncio de que o presidente Lula viajará à Rússia para participar das celebrações do 80º aniversário da vitória soviética na Segunda Guerra Mundial — uma presença simbólica que desagradou fortemente o governo ucraniano, especialmente diante da guerra em curso contra os russos.
Nos últimos meses, a Ucrânia já havia recusado ao menos duas tentativas de ligação entre Lula e o presidente Volodymyr Zelensky. Apesar de declarações públicas sobre a disposição do Brasil em ajudar na mediação da paz, Kiev enxerga os gestos de Lula como ambíguos — e até favoráveis ao Kremlin.
A retirada do embaixador, nesse contexto, não é apenas uma troca de posto: é também uma forma discreta de sinalizar que a Ucrânia está insatisfeita com a postura do Brasil em relação ao conflito que já dura mais de três anos.
