🌾 Pressionado pelo MST, Lula deve desapropriar fazenda no Paraná

🌾 Pressionado pelo MST, Lula deve desapropriar fazenda no Paraná

Governo tenta acalmar tensão com movimento após Abril Vermelho e críticas à política agrária

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se prepara para anunciar nos próximos dias a desapropriação de uma fazenda no Paraná, em uma tentativa clara de responder à pressão crescente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A medida busca aliviar o desgaste com uma das bases sociais mais importantes do governo, que cobra mais compromisso com a reforma agrária.

O imóvel em questão é a Fazenda Brasileira, situada entre os municípios de Faxinal e Ortigueira. No local, cerca de 1.600 famílias vivem acampadas há mais de 20 anos, aguardando a oficialização do assentamento Maila Sabrina — uma espera que atravessa governos e promessas não cumpridas.

A decisão acontece logo após o chamado “Abril Vermelho”, quando o MST intensifica suas ações em memória do massacre de Eldorado dos Carajás, de 1996, que deixou 21 trabalhadores rurais mortos. Só neste ano, o movimento realizou 30 ocupações em todo o país, cobrando mais agilidade na distribuição de terras.

Apesar de Lula ter anunciado, em março, novos créditos e editais para fortalecer a reforma agrária, o MST considerou as medidas insuficientes. Além disso, as críticas se voltam também para o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, acusado pelo movimento de não ter pulso firme nem preparo técnico para conduzir a pasta.

A desapropriação da fazenda deveria ter sido oficializada em abril, mas acabou adiada por conta de viagens internacionais do presidente. Agora, o governo tenta, com esse gesto, retomar o fôlego na relação com o MST e mostrar que a pauta da reforma agrária ainda tem espaço, apesar das dificuldades orçamentárias e da lentidão nas ações no campo.

Nos bastidores, o Planalto tem pedido paciência aos militantes, alegando que as restrições fiscais limitam a execução de novas políticas. Ainda assim, há expectativa de que o anúncio sirva para acalmar os ânimos e reafirmar o compromisso do governo com as famílias que vivem à margem, à espera de um pedaço de terra para chamar de seu.

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