
💥 Prometeram, mas não pagaram!
Mesmo após acordo bilionário, Correios voltam a dar calote no fundo de pensão dos funcionários
Os Correios estão, mais uma vez, falhando com quem mais precisa. Mesmo depois de fechar um acordo bilionário para quitar parte de uma dívida antiga com o fundo de pensão dos seus próprios funcionários, a estatal voltou a atrasar os repasses para o Postalis. Já são dois meses de calote em dois dos principais planos de aposentadoria da categoria.
Segundo o próprio fundo, a conta já passa dos R$ 137 milhões em atraso. Veja os valores:
- 🔸 Postalprev: R$ 42,2 milhões
- 🔸 Plano de Benefício Definido (BD): R$ 95,5 milhões
Esses valores se referem às contribuições de março e abril, que simplesmente não foram pagas. E a preocupação cresce: a parcela de maio vence no início de junho, e, até agora, nada.
Fontes do setor financeiro dos Correios, que preferem não se identificar, confirmaram que os números estão certos e que a situação é bem delicada.
💸 Dívida bilionária, prejuízo histórico e quem paga é sempre o trabalhador
Em 2023, os Correios admitiram oficialmente uma dívida monstruosa com o Postalis — R$ 7,6 bilhões. Esse valor cobre metade do rombo do plano BD, que está fechado para novos participantes desde 2008. E adivinha quem ficou com a outra metade? Sim, os próprios funcionários, aposentados e pensionistas, que todo mês veem descontos na folha de pagamento para cobrir esse buraco.
Esse buraco, aliás, não surgiu do nada. A origem está nos anos entre 2011 e 2016, quando o fundo foi destruído por uma sequência de investimentos desastrosos — muitos deles feitos por gestores indicados politicamente durante o governo Dilma. As perdas, somadas e atualizadas, já passam de R$ 9 bilhões.
Enquanto os funcionários continuam honrando suas partes, os Correios seguem pisando na bola. A indignação é geral. Há quem defenda, inclusive, que a categoria entre na Justiça contra os antigos gestores que jogaram o fundo no abismo.
🚚 Prejuízo recorde e gestão na mira
O atual presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, chegou ao cargo indicado por Lula. Advogado, ex-militante do PT e integrante do coletivo jurídico Prerrogativas, Fabiano adotou um discurso forte contra a privatização. No entanto, enfrenta críticas pesadas dentro da própria estatal por conta dos desmandos na área financeira. Não é pra menos: em 2024, os Correios amargaram o maior prejuízo da sua história.
Os atrasos estão gerando juros e multas pesadas:
- 🔻 Postalprev: multa de 2% + juros de 1% ao mês
- 🔻 Plano BD: multa de 2% + juros de 0,03% ao dia
Pra tentar evitar que o problema vire uma briga judicial, a estratégia da empresa tem sido segurar a inadimplência sem deixar passar dos 90 dias — o limite antes de acionar oficialmente na Justiça. A expectativa é de que parte da dívida seja paga nas próximas semanas, mas até agora tudo está na promessa.
⚠️ Pressão nos bastidores
O clima também está tenso dentro do próprio Postalis. O presidente do conselho deliberativo, Hudson Alves da Silva, que também é superintendente executivo de finanças dos Correios, está na linha de frente da pressão. Ele será cobrado diretamente numa reunião marcada para o dia 28 de maio, onde a insatisfação deve estourar de vez.