💸 Dólar perde força e volta para abaixo de R$ 5,70; Ibovespa não escapa e cai com cenário externo ruim e medidas do governo

💸 Dólar perde força e volta para abaixo de R$ 5,70; Ibovespa não escapa e cai com cenário externo ruim e medidas do governo

Mercado reage mal ao aumento do IOF, que depois foi parcialmente revertido; tensões lá fora também pesam

O dólar começou esta sexta-feira (23) em alta, chegando a ultrapassar os R$ 5,70, mas perdeu força no meio do caminho e virou para queda. O recuo acontece após o governo anunciar, na quinta, um aumento nas alíquotas do IOF, decisão que gerou forte repercussão e acabou sendo parcialmente revista hoje.

Por volta de 12h09, a moeda americana recuava 0,58%, cotada a R$ 5,686.

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, também opera no vermelho desde a abertura do pregão. Às 12h11, caía 0,29%, aos 136.878 pontos, refletindo não só o mal-estar local com o aumento do IOF, mas também um dia negativo nas bolsas internacionais e queda no preço das commodities.

O governo, que busca alcançar a meta de déficit zero, anunciou ontem uma elevação do IOF sobre empresas, operações de câmbio e previdência privada. A medida previa reforçar os cofres públicos em R$ 20,5 bilhões já em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026.

Só que a reação foi tão negativa que, durante a madrugada, veio o recuo. O governo voltou atrás em parte do que havia anunciado, decisão formalizada no Diário Oficial desta manhã. Isso significa uma arrecadação menor do que o previsto, cerca de R$ 6 bilhões a menos até 2026.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, justificou a revisão dizendo que foi para afastar “interpretações equivocadas” de que o governo estaria tentando espantar investimentos ou controlar excessivamente o mercado.

“Percebemos, pelos sinais que chegaram até nós, que era necessário rever esse ponto para não gerar ruídos que não condizem com a intenção do governo”, explicou Haddad.

Apesar da correção, o mercado financeiro ficou desconfiado. Segundo Fernando Bergallo, diretor da FB Capital, o problema não foi só a medida em si, mas principalmente a forma como ela foi comunicada.

“O governo enfrentou uma pauta difícil, necessária, mas pecou na estratégia de comunicação. O aumento do IOF soou como sinal de desespero e controle excessivo sobre a saída de dólares. Isso gerou pânico no mercado de câmbio”, afirmou.

No entanto, Bergallo admite que o recuo foi bem-vindo e ajudou a aliviar parte da tensão.

Tensões internacionais também pressionam

Enquanto isso, lá fora, o clima também não ajuda. O presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a ameaçar novas tarifas: 25% sobre iPhones vendidos, mas não fabricados nos EUA, e mais uma bomba — 50% de tarifa sobre produtos da União Europeia a partir de junho.

Essa escalada na guerra comercial tem deixado investidores com os nervos à flor da pele, temendo impactos na economia global. E as preocupações não param por aí: a Câmara dos EUA aprovou um pacote tributário que pode adicionar trilhões de dólares à já gigantesca dívida americana.

Reflexo disso, o índice do dólar — que mede a força da moeda norte-americana frente a outras seis moedas fortes — caía 0,60%, aos 99,311 pontos.

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