🔍 Golpe no bolso dos aposentados: entidades são investigadas por esquema bilionário de fraudes no INSS

🔍 Golpe no bolso dos aposentados: entidades são investigadas por esquema bilionário de fraudes no INSS

Descontos indevidos, falsificação de assinaturas e envolvimento de servidores públicos revelam operação que pode ter desviado mais de R$ 6 bilhões de benefícios entre 2019 e 2024.

Uma operação deflagrada nesta quarta-feira (23) pela Polícia Federal, em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU), escancarou um esquema de fraudes que lesou aposentados e pensionistas do INSS por anos. A suspeita é de que pelo menos 11 entidades associativas tenham praticado descontos irregulares em benefícios, retirando dinheiro dos segurados sem o consentimento deles. A cifra estimada do rombo gira em torno de R$ 6,3 bilhões.

Entre os alvos da investigação estão organizações que prometiam benefícios como descontos em academias e assistência jurídica, mas que, segundo a apuração, não tinham qualquer estrutura para oferecer os serviços. O golpe acontecia por meio de mensalidades descontadas diretamente dos pagamentos dos beneficiários — muitas vezes com assinaturas falsificadas.

A operação, que ocorreu em diversos estados, cumpriu mais de 200 mandados de busca e apreensão e resultou na prisão de seis pessoas, todas ligadas a entidades de Sergipe. Também houve bloqueio de bens, incluindo carros de luxo, obras de arte, joias e dinheiro em espécie.

Quem está na mira

Entre as entidades sob investigação estão:

  • Ambec
  • Sindnapi/FS (cujo vice-presidente é o irmão do presidente Lula, Frei Chico)
  • AAPB
  • Aapen
  • Contag
  • AAPPS Universo
  • Unaspub
  • Conafer
  • Adpap Prev
  • ABCB/Amar Brasil
  • Caap

O presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foi afastado e depois exonerado do cargo. Outros cinco servidores públicos também foram afastados por decisão da Justiça.

Como o esquema funcionava

Segundo a CGU, o esquema se apoiava em Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) firmados com o INSS, que permitiam descontos na folha de pagamento dos beneficiários. Para isso, era obrigatória uma autorização formal. Mas, conforme revelaram as investigações, essas autorizações eram frequentemente forjadas ou sequer existiam.

Das 29 entidades analisadas, 70% não apresentaram documentação básica exigida para legalizar os descontos. A CGU começou a apurar o caso em 2023, e a PF entrou em cena em 2024, instaurando 12 inquéritos.

Como saber se você foi lesado

Para verificar se houve descontos indevidos em seu benefício, o segurado pode consultar o extrato no aplicativo ou site do Meu INSS. Basta:

  1. Acessar o app ou site do Meu INSS
  2. Fazer login com CPF e senha do Gov.br
  3. Clicar em “Extrato de benefício”
  4. Selecionar o número do benefício
  5. Conferir se há cobranças associativas não reconhecidas

Como cancelar cobranças irregulares

Caso o aposentado identifique alguma cobrança indevida, pode solicitar o cancelamento diretamente pelo aplicativo ou site do Meu INSS, ou ainda pela central telefônica 135. Também é possível bloquear o benefício contra novos descontos de associações.

Se quiser o ressarcimento, o beneficiário pode:

  • Entrar em contato com a entidade, por telefone (ver número no holerite)
  • Enviar um e-mail para: acordo.mensalidade@inss.gov.br
  • Registrar queixa no Portal Consumidor.Gov ou na Plataforma Fala BR

A promessa do governo é de reembolso integral dos valores indevidamente descontados.

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