🔴 Decisão que abala Barueri: Justiça Eleitoral cassa prefeito e vice por uso indevido da mídia

🔴 Decisão que abala Barueri: Justiça Eleitoral cassa prefeito e vice por uso indevido da mídia

TRE-SP declara Piteri, Claudia Marques e Furlan inelegíveis por 8 anos; trio é acusado de manipular exposição nas redes durante pré-campanha

O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) decidiu, nesta terça-feira (8), cassar os mandatos do atual prefeito de Barueri, Beto Piteri (Republicanos), e da vice-prefeita Claudia Marques (PSB), além de declarar ambos, junto ao ex-prefeito Rubens Furlan (PSB), inelegíveis pelos próximos oito anos. A decisão, que ainda cabe recurso, foi tomada por maioria dos votos (4 a 2) e tem execução imediata.

O motivo da cassação foi o uso indevido dos meios de comunicação, especialmente durante o período da pré-campanha das eleições de 2024. A acusação, feita por Gil Arantes (União), adversário de Piteri e também ex-prefeito da cidade, sustenta que a máquina pública e redes sociais foram utilizadas de forma irregular para alavancar a chapa eleita.

Segundo o TRE, ficou comprovado que houve um “abuso consistente” da mídia, com dezenas de postagens impulsionadas no Instagram promovendo a imagem de Beto Piteri e da sua vice. As publicações, patrocinadas por Furlan — que já estava impedido de disputar o cargo por estar no segundo mandato —, apareciam integradas aos perfis de Piteri e Claudia Marques, o que exigiria o consentimento deles, configurando coautoria.

Apesar das alegações da defesa de que não houve desequilíbrio eleitoral e de que os valores gastos não ultrapassaram o permitido pela Justiça Eleitoral (R$ 5,1 milhões), a Corte entendeu que a conduta foi grave o suficiente para justificar a punição.

Com a cassação, a cidade de Barueri pode ver mudanças significativas em sua administração, já que, caso a decisão seja mantida, o presidente da Câmara Municipal assumirá o comando da Prefeitura até novas eleições. A atual gestão já informou que irá recorrer tanto no próprio TRE quanto no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), buscando reverter a decisão e manter o mandato.

Como votaram os juízes A maioria acompanhou o voto do relator, juiz Regis de Castilho, que apontou “indisfarçável abuso midiático” por parte dos envolvidos. Apenas dois magistrados defenderam que a punição fosse aplicada apenas a Furlan, mantendo os diplomas de Piteri e Marques. A juíza Danyelle Galvão declarou-se impedida de julgar e não participou da decisão.

Enquanto os recursos são preparados, a crise política se instala em Barueri, escancarando a fragilidade dos limites entre comunicação institucional e promoção pessoal na política brasileira.

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