
🕯️ O horror por trás da fachada espiritual
Líder de seita e mais 20 russos são denunciados por tráfico sexual e escravidão na Argentina
Grupo é acusado de manipular e explorar jovens em Bariloche; bebê seria registrado como filho do líder para obtenção de cidadania argentina e viagem ao Brasil
Um caso perturbador veio à tona na cidade argentina de Bariloche, onde a Justiça denunciou o líder de uma seita e outros 20 cidadãos russos por envolvimento em uma organização criminosa dedicada ao tráfico sexual e à redução de pessoas à condição de servidão. O grupo teria trazido da Rússia uma jovem de 22 anos, que deu à luz no dia 21 de março deste ano, com o objetivo de registrar o bebê como filho do líder da seita, garantindo cidadania argentina ao recém-nascido — e facilitando, assim, a movimentação do homem rumo ao Brasil.
De acordo com o Ministério Público, a jovem foi recrutada por meio de um espaço que se apresentava como “centro espiritual” e de práticas de ioga, mas que servia de fachada para atrair vítimas em situação de vulnerabilidade. O caso se desenrolou a cerca de 1.500 km de Buenos Aires, em Bariloche, cidade conhecida por suas paisagens andinas — e agora marcada por esse episódio sinistro.
O líder do grupo foi identificado como Konstantin Rudnev, figura já conhecida na Rússia por fundar a seita Ashram Shambala, que se espalhou pelo país nos anos 1990. Ele está atualmente detido na cidade de Rawson, e a promotoria revelou que Rudnev já havia sido condenado por abuso sexual em seu país natal. Desde outubro, era procurado pelas autoridades de Montenegro. Durante sua prisão, tentou se ferir no pescoço com uma lâmina escondida na carteira, mas foi contido a tempo.
O Ministério Público também relatou que várias das mulheres resgatadas estavam em estado de desnutrição severa, algumas com partes da cabeça raspadas, um possível sinal de submissão forçada. A organização, segundo os promotores, controlava desde a alimentação das vítimas até as compras pessoais, impondo jejuns obrigatórios como forma de castigo.
Dos 21 acusados, 13 seguem presos e o restante responde ao processo em liberdade condicional. A denúncia marca mais um episódio alarmante do uso de discursos espiritualistas como disfarce para crimes graves e sistemáticos de exploração humana.