🚨 Alerta nas Exportações: Gripe Aviária Enterra Aves e Esperanças no Sul
Suspensões em série: após foco do vírus no RS, México, Chile, Uruguai e outros países interrompem compras de frango brasileiro. Contenção corre contra o tempo, enquanto granjas sacrificam milhares de aves.
A descoberta de um foco de gripe aviária numa granja de Montenegro, no interior do Rio Grande do Sul, disparou o alarme vermelho para o agronegócio brasileiro. Neste sábado (17), México, Chile e Uruguai se juntaram a China, União Europeia, Argentina e Japão na lista de países que decidiram suspender, total ou parcialmente, a importação de carne de frango do Brasil.
A resposta foi imediata: o governo federal decretou emergência zoossanitária e montou uma operação de guerra na região afetada. Sete barreiras sanitárias foram instaladas nas estradas do Vale do Caí, e cerca de 17 mil aves foram sacrificadas e enterradas com o auxílio de escavadeiras. A granja atingida é do tipo matrizeira — ou seja, produz ovos para gerar outras aves, e não para consumo direto.
Apesar do abate e da contenção, o prejuízo começou a bater na porta. Com a suspensão das compras, as exportações de carne de frango, que somaram US$ 3,7 bilhões entre janeiro e abril, estão sob forte ameaça. Para o Rio Grande do Sul, um dos pilares da avicultura brasileira, a crise sanitária representa mais um baque numa economia já fragilizada.
As autoridades estão correndo para rastrear e eliminar ovos que saíram da granja para incubadoras em outros estados, como Paraná e Minas Gerais. Mesmo sem confirmação de contaminação, a ordem é destruir todo o material para evitar riscos.
Cada país tem seus próprios protocolos. O Japão, por exemplo, restringiu as compras apenas aos produtos vindos da cidade afetada. Já os países latino-americanos e europeus suspenderam tudo, sem regionalizar o bloqueio.
Além do impacto econômico, a saúde humana está no radar. O risco de transmissão para pessoas é considerado baixo, mas o estado está monitorando trabalhadores das granjas e outros moradores da área. A lembrança mais recente vem do México, onde uma menina de três anos morreu após ser infectada pelo vírus H5N1 — o primeiro caso humano confirmado por lá.
O Zoológico de Sapucaia do Sul foi fechado após aves silvestres aparecerem mortas, e todos os torneios e eventos envolvendo pássaros no RS foram cancelados.
Enquanto o vírus ameaça as exportações e exige medidas drásticas, o país tenta equilibrar contenção sanitária e diplomacia comercial para evitar que essa crise se alastre ainda mais.
