
🚨 Previ na mira: TCU investiga rombo bilionário e possível troca de investimentos por cargos
Auditoria vai apurar se perdas de R$ 17,6 bilhões em 2024 estão ligadas a interesses pessoais e indicações políticas
O Tribunal de Contas da União (TCU) determinou a abertura de uma auditoria para investigar um buraco de R$ 17,6 bilhões nas contas da Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil. O foco da apuração é saber se os investimentos realizados em 2024 foram feitos com objetivos questionáveis, como garantir assentos em conselhos de grandes empresas — e não necessariamente pensando na saúde financeira da entidade.
O presidente da Previ, João Luiz Fukunaga, também está no centro da investigação. Ele ocupa desde 2023 uma cadeira no Conselho de Administração da mineradora Vale, e a suspeita é de que a manutenção de investimentos bilionários nessa empresa teria como finalidade garantir sua permanência nesse posto, que rende mais de R$ 2 milhões por ano.
Segundo a área técnica do TCU, aportes como a compra de ações da Vibra Energia (ex-BR Distribuidora) podem ter violado a própria diretriz do fundo, que previa redução da exposição em ações. A suspeita é que os investimentos não seguiram critérios técnicos, mas sim conveniências pessoais e políticas.
O ministro-relator Walton Alencar Rodrigues foi direto: quer saber se os altos salários e a influência política desses cargos estão colocando em risco a imparcialidade de quem deveria zelar pelo dinheiro dos aposentados. Ele também criticou as viagens de Fukunaga a países como Japão e Portugal, em meio a encontros com empresários de reputação duvidosa.
Outro ponto alarmante no relatório do TCU é a mudança nos critérios de nomeação de representantes da Previ em conselhos. Antes, esses cargos exigiam formação técnica. Agora, segundo o tribunal, há indícios de que foram entregues a apadrinhados políticos e sindicais, sem preparo adequado para lidar com o mundo corporativo.
O caso será acompanhado também pela Polícia Federal, pelo Ministério Público Federal, pela Controladoria-Geral da União e pelo Congresso Nacional. O ministro Bruno Dantas lembrou que, embora o TCU não tenha poder de investigação criminal, os outros órgãos poderão levantar dados essenciais, como registros de viagens e movimentações financeiras.
A Previ ainda não se manifestou sobre as acusações. O Correio segue tentando contato com a entidade.