
🚨 Uber na mira: Cade investiga ameaças e punições a motoristas parceiros
Falta de transparência, banimentos sem explicação e pressão contra uso de apps auxiliares levantam suspeitas sobre práticas da plataforma
A Uber está enfrentando uma investigação mais dura do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), que decidiu aprofundar apurações sobre possíveis abusos da empresa contra motoristas parceiros. O foco está em práticas que podem ferir a concorrência e na forma como a plataforma lida com bloqueios e punições — muitas vezes feitas sem qualquer explicação ou chance de defesa.
O Cade quer entender melhor denúncias de que motoristas estariam sendo intimidados por usarem aplicativos auxiliares como o GigU (antes conhecido como StopClub), que ajudam na gestão de corridas e rendimentos. Um ofício foi enviado à Federação dos Motoristas por Aplicativos do Brasil (Fembrapp), pedindo provas concretas como capturas de tela, mensagens ou e-mails.
Esse inquérito se soma a um debate mais amplo sobre a transparência da Uber com seus trabalhadores. Um caso recente em Minas Gerais deu força à discussão: a Justiça determinou que a empresa indenize um motorista em R$ 15 mil por danos morais após ele ser desligado da plataforma sem qualquer justificativa — mesmo tendo mais de 3.900 corridas no histórico e uma nota alta, de 4,85.
Para o CEO do GigU, Luiz Gustavo Neves, a situação é clara: os motoristas estão sendo deixados no escuro. “A transparência nos bloqueios é fundamental. O Cade já deixou claro que quer mais clareza da Uber e agora quer saber se há intimidação contra quem tenta melhorar sua previsibilidade de ganhos”, disse.
Com a pressão aumentando, a expectativa é que a investigação traga luz ao funcionamento interno da plataforma e garanta mais direitos e segurança aos motoristas — profissionais que movimentam a cidade, mas que muitas vezes são tratados como invisíveis.