“A culpa é sempre do outro”: Tebet joga alta dos alimentos no colo do passado

“A culpa é sempre do outro”: Tebet joga alta dos alimentos no colo do passado

Ministra culpa falta de planejamento de governos anteriores, mas ignora impacto da atual gestão

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou que a disparada dos preços dos alimentos não se deve apenas a fatores climáticos, mas também à falta de planejamento no passado. Sem citar diretamente a gestão atual, Tebet destacou que o desequilíbrio fiscal herdado de governos anteriores teria contribuído para a desvalorização do real e, consequentemente, para o aumento dos preços.

“É claro que o clima tem um peso, mas também é porque não planejamos no passado”, disse a ministra, mencionando problemas na produção de café no Vietnã e no Brasil, além da alta do ovo e da carne.

Em uma crítica velada ao governo anterior, Tebet questionou o que foi feito para combater o desmatamento na Amazônia, alegando que o desmate estaria provocando secas que afetam o agronegócio no Centro-Oeste. “O que fizemos nos últimos 25 ou 30 anos para nos prevenir contra as mudanças climáticas?”, provocou.

A ministra também citou o impacto da incerteza fiscal no câmbio, mas sem mencionar a recente frustração do mercado com a política econômica do governo Lula, que fez o dólar disparar. “Isso tem a ver com o que deixamos de fazer. Deixamos é passado, agora é hora de fazer”, disse, sugerindo que agora tudo será diferente.

Tebet participou da abertura de um seminário do próprio Ministério do Planejamento, na Fiesp, para discutir estratégias de longo prazo para o Brasil. A ministra destacou que o país precisa se preparar para o envelhecimento da população, ressaltando que, ao contrário da Europa, o Brasil está envelhecendo sem ter enriquecido.

Sobre o Orçamento de 2025, Tebet afirmou que os vetos do presidente Lula serão poucos e de caráter técnico, sem grande impacto político. Em relação ao programa Pé-de-Meia, garantiu que os recursos serão realocados, mesmo que seja necessário bloquear verbas de outras áreas.

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