A demissão de um assessor da cúpula da Petrobras alvo da PF por corrupção
No dia 7 de agosto, o ministro João Otávio de Noronha, do STJ, assinou uma decisão de 89 páginas afastando dos cargos desembargadores e juízes do Judiciário maranhense envolvidos numa trama milionária de manipulação de decisões judiciais que ainda reuniria servidores, advogados e políticos no estado.
O grupo mirava os cofres do Banco do Nordeste num esquema de corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Segundo os investigadores, advogados processavam o banco e obtinham decisões favoráveis dos magistrados imputando pagamentos milionários.
Num dos casos, o alvará foi de 14 milhões de reais. Entre a ordem do juiz e o saque na boca do caixa, a operação levou apenas 18 minutos. Depois, segundo as investigações, os alvos dividiram com os magistrados o dinheiro cobrado do banco nas decisões judiciais fraudulentas.
Segundo a apuração, além dos magistrados e de servidores do TJ maranhense, 14 advogados e políticos integravam a organização criminosa. Edilázio Júnior, que é presidente estadual do PSD e genro da desembargadora Nelma Sarney – uma das afastadas pelo STJ – foi alvo da ação, passando a andar de tornozeleira eletrônica.
Em janeiro, Edilázio, que é suplente de deputado federal e advogado com influentes relações no Maranhão, assumiu um cargo importante na cúpula da Petrobras, seguindo a postura do governo Lula de voltar a lotear entre políticos os postos estratégicos da companhia.
Indicado pelo PSD, ele tornou-se assessor especial da presidência da estatal, então controlada pelo petista Jean Paul Prates, em Brasília. Nessa posição, tinha acesso a dados privilegiados da empresa e participava de reuniões de cúpula.
A Petrobras informou que o político já não fazia mais parte da empresa, mas se recusou a revelar a causa e a data da demissão.
FONTE: Revista Veja.