
A Hipocrisia dos Governadores dos Estados Mais Violentos: Apoio ao Decreto de Lula sobre Armas
Contradição entre a Realidade da Violência e as Decisões Políticas
Os nomes que assinaram
Além de Raquel Lyra (PSDB), a nota é endossada pela presidente do Consórcio, Fátima Bezerra (Rio Grande do Norte), Paulo Dantas (Alagoas), Jerônimo Rodrigues (Bahia), Elmano de Freitas (Ceará), Carlos Brandão (Maranhão), Rafael Fonteles (Piauí), João Azevedo (Paraíba) e Fábio Mitidieri (Sergipe), assinaram uma nota pública apoiando o decreto do presidente Lula que restringe o uso da força policial no país.

É difícil não se indignar com o apoio entusiástico dos governadores do Nordeste ao decreto 12.341/2024, assinado pelo presidente Lula, que restringe o uso de armas por policiais. Esses mesmos líderes comandam os estados mais violentos do Brasil, como a Bahia, que em 2022 registrou uma chocante taxa de 45,1 homicídios por 100 mil habitantes – a mais alta do país.
O Consórcio Nordeste, formado pelos nove estados da região, publicou uma nota defendendo o decreto, ignorando os clamores de uma população que vive sitiada pelo medo. Enquanto isso, as críticas vindas de governadores do Sul e Sudeste, onde os índices de violência são menores, foram prontamente descartadas.
Governos que Ignoram a Realidade
Como é possível justificar a imposição de restrições ao uso de armas por policiais em regiões onde a criminalidade atinge níveis alarmantes? O Atlas da Violência de 2024 não deixa dúvidas: sete das dez cidades mais violentas do país estão no Nordeste. Municípios como Santo Antônio de Jesus e Jequié, na Bahia, se destacam tristemente por sua insegurança.
E mesmo com alguns avanços pontuais, como a redução de homicídios em Sergipe nos últimos anos, a violência ainda é um problema estrutural na região. Limitar os recursos e a capacidade de ação das forças de segurança pública parece, no mínimo, uma decisão irresponsável.
População à Mercê do Crime
O que dizer para as famílias que vivem em comunidades dominadas pelo crime organizado? Como explicar para uma população vulnerável que seus próprios governantes apoiam medidas que enfraquecem a polícia? É revoltante perceber que, enquanto a criminalidade cresce, as prioridades parecem estar mais alinhadas a agendas políticas do que à proteção da população.
Contradição e Indignação
Apoiar restrições ao uso de armas pelos policiais em estados que enfrentam índices de violência tão elevados é uma demonstração clara de desconexão com a realidade. A população merece segurança, não medidas que favorecem os criminosos em detrimento da ordem pública.
Os governadores do Nordeste deveriam priorizar políticas que realmente combatam a criminalidade e protejam os cidadãos, em vez de apoiar decisões que colocam ainda mais vidas em risco. A indignação é mais do que justa: é necessária.
O Consórcio Nordeste ressaltou ainda os avanços obtidos na região, como os investimentos em inteligência, tecnologia e o uso de instrumentos de menor potencial ofensivo, além de iniciativas como o Escuta SUSP, que oferece suporte psicológico aos agentes de segurança.
A nota também destacou o compromisso com a transparência nas ações policiais: “Todas as mortes decorrentes de confrontos com agentes de segurança pública são rigorosamente investigadas, assegurando transparência e justiça. Tanto em casos de legítima defesa quanto em ações consideradas ilegais, os profissionais envolvidos são submetidos a apurações criteriosas e responsabilizados conforme a lei.”
Por fim, os governadores reiteraram que não há prejuízo à autonomia dos estados e reafirmaram a busca por uma política de segurança pública mais eficiente e humana, com a proteção da vida como prioridade central.