A história do mecânico de 61 anos sentenciado a 14 pelo STF

A história do mecânico de 61 anos sentenciado a 14 pelo STF

Há pouco mais de uma semana, o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou o mecânico e empresário Miguel Ritter, de 61 anos, a passar os próximos 14 de sua vida na cadeia. O gaúcho de Santa Rosa ficou oito meses detido na Papuda, até conseguir liberdade condicional em 2023.

Conforme a maioria dos ministros, que seguiu o entendimento do relator Alexandre de Moraes, Ritter cometeu os crimes de associação criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado por violência e grave ameaça — com emprego de substância inflamável — e deterioração do patrimônio tombado.

miguel ritter
Ritter (centro) com a filha Gabriela, o genro e o neto Arthur | Foto: Divulgação/Gabriela Ritter

Ritter foi preso no Planalto, durante o 8 de janeiro, ao tentar conversar com militares que estavam na rampa do palácio. Em sua mochila, a polícia encontrou uma garrafa de água, roupas, um terço e um guarda-chuva. De acordo com o depoimento de Ritter, a pouca bagagem confirma que sua intenção era ficar, no máximo, dois dias em Brasília. Ele decidiu ir à capital federal para participar de uma manifestação que, segundo ele, seria totalmente pacífica.

O mecânico tem dois filhos: Rafael, de 32 anos, e Gabriela, de 36 anos, criadora da Associação dos Familiares e Vítimas do 8 de Janeiro. Ritter é ainda avô de dois netos, um adolescente de 15 anos e uma menina de 4 anos.

Relatório da PF sobre Miguel Ritter

A Polícia Federal (PF) fez um relatório sobre a participação de Ritter no protesto. O documento, contudo, apenas informa que ele esteve em um ônibus fretado com destino ao Distrito Federal e chegada prevista para 6 de janeiro.

Os trabalhos da PF dão conta de que não há nenhuma evidência pericial de que Ritter tenha cometido crime durante a manifestação — como imagens das câmeras de videomonitoramento, amostras de perfil genético ou digitais encontradas nas sedes dos Três Poderes.

Iraci Nagoshi

Ritter não é o único idoso do 8 de janeiro condenado a mais de 10 anos. Ele divide o mesmo destino da professora aposentada Iraci Nagoshi, de 71 anos. Assim como Ritter, ela terá de ficar presa por 14 anos.

FONTE: Revista Oeste

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