A Manipulação de Lula sobre os Números da Fome no Brasil
Presidente distorce dados sobre a pobreza para impressionar no G20, mas números oficiais não corroboram suas alegações.
Durante sua participação na reunião do G20 no Rio de Janeiro, o presidente Lula voltou a apresentar números distorcidos sobre a fome no Brasil, alegando que, ao assumir o governo, encontrou 33 milhões de brasileiros passando fome. Contudo, esse dado não é oficial e provém de uma organização com viés político, a Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Pensann), conhecida por sua oposição ao governo Bolsonaro.
Lula usou esse número para destacar a recuperação do país, afirmando que, em quase dois anos, mais de 24,5 milhões de pessoas foram retiradas da extrema pobreza. No entanto, a divergência é clara: a ONU, com base em relatórios de 2021 a 2023, apontou um número muito inferior, de 8,4 milhões de pessoas em situação de fome, o que representa apenas 3,9% da população. O Banco Mundial também apresentou números mais baixos, com 4 milhões de brasileiros em extrema pobreza, sugerindo que os 33 milhões citados por Lula estavam exagerados.
Além disso, a manipulação se torna evidente quando se observa que Lula comparou números de diferentes fontes: os dados de 2022 do Pensann com os de 2023 do IBGE, que reportou 8,7 milhões de pessoas em insegurança alimentar. Essa mistura de fontes contraditórias revela uma tentativa de inflar a gravidade da situação para fins políticos.
Esse não é o primeiro episódio de distorção de números por parte de Lula. Em 2014, ele admitiu, em entrevista a blogueiros, que exagerava os números de pobreza e fome no Brasil para causar impacto internacional. A ministra Marina Silva também entrou na onda, afirmando em 2023 que 120 milhões de brasileiros estavam passando fome — número incompatível com a realidade da população de cerca de 210 milhões.
A distorção de dados para fins políticos não é nova, mas permanece um ponto polêmico no governo de Lula, que, ao manipular estatísticas, busca reforçar sua narrativa de combate à pobreza, mesmo quando os números reais são bem diferentes.