A pedido da PF e com parecer favorável da PGR, STF autoriza operação contra investigados por atos antidemocráticos
A pedido da Polícia Federal (PF) e com parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR), o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou uma operação contra dez investigados por participação em atos antidemocráticos. O deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) está entre os investigados, e as apurações da PF indicam seu envolvimento com bloqueio de rodovias e acampamentos nos quartéis.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou busca e apreensão, bem como a quebra de sigilo telefônico e telemático dos envolvidos. A decisão do ministro atende a representação da PF, que, por sua vez, recebeu parecer favorável da PGR.
As investigações apontam para o núcleo dos financiadores e instigadores dos atos antidemocráticos que tiveram início em novembro de 2022, logo após o segundo turno das eleições presidenciais. Esses atos incluíram bloqueios de rodovias e acampamentos na frente de quartéis com pedidos de golpe militar.
Carlos Jordy é apontado como ligado a um dos investigados, responsável por organizar atos antidemocráticos em Campos dos Goytacazes (RJ). Há indícios de que o parlamentar orientava essas ações, além de ter mantido contato telefônico com o líder político local quando este estava foragido. O ministro considerou os fatos como parte de uma possível organização criminosa com o objetivo de desestabilizar as instituições republicanas, utilizando uma rede virtual para promover a derrubada da estrutura democrática e do Estado de Direito no Brasil.
As medidas autorizadas incluem busca e apreensão domiciliar e pessoal de armas, munições, dispositivos eletrônicos, como computadores e celulares, além da quebra de sigilo de dados e comunicações eletrônicas. O ministro destacou a existência de uma possível organização criminosa que busca desestabilizar as instituições republicanas por meio de uma rede virtual de apoiadores, agindo sistematicamente para minar a estrutura democrática do país.