A Tragédia de Mariana: Uma Lição Caríssima para o Setor Mineral
Lula destaca que evitar desastres é mais econômico do que arcar com indenizações
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta sexta-feira (25) que o novo acordo de reparação referente à tragédia em Mariana (MG) serve como um alerta para as mineradoras: prevenir desastres é mais barato do que lidar com suas consequências. Durante um evento no Palácio do Planalto, Lula enfatizou que a tragédia é uma “lição” para o setor, ao afirmar que evitar o rompimento da barragem teria sido uma solução infinitamente mais econômica do que as indenizações agora estipuladas.
As mineradoras Vale, BHP e Samarco, junto com autoridades federais e estaduais, assinaram um novo compromisso que prevê compensações estimadas em R$ 170 bilhões. O acordo, homologado pelo STF e outros tribunais, foi criado para reparar os danos causados pelo colapso da barragem de Fundão, ocorrido em 5 de novembro de 2015, que devastou comunidades e contaminou o Rio Doce, resultando na morte de 19 pessoas.
Lula não hesitou em criticar as empresas, ressaltando que a tragédia não foi resultado de fatores climáticos, mas sim de “irresponsabilidade e ganância”. Ele reforçou que “cerca de R$ 20 bilhões” teriam sido suficientes para prevenir o desastre.
O novo pacto renegocia um acordo anterior, considerado insuficiente para garantir reparação justa aos afetados e recuperação ambiental das áreas impactadas. Agora, as mineradoras se comprometem a repassar R$ 100 bilhões à União e aos governos de Minas Gerais e Espírito Santo ao longo de 20 anos, destinando recursos a iniciativas de reparação social e ambiental, além de reassentamentos e programas de indenização.
Entre as ações a serem financiadas estão auxílios financeiros a pescadores e agricultores atingidos, bem como reparações específicas para comunidades indígenas. A iniciativa promete beneficiar cerca de 300 mil pessoas que ainda não conseguiram comprovar os danos sofridos.
O governador Romeu Zema anunciou que a Fundação Renova, criada em 2016 para gerir as reparações, será extinta após a homologação do novo acordo, e a Samarco assumirá a responsabilidade por novas ações.
Com esse novo pacto, Lula espera que a lição de Mariana ressoe em todo o setor mineral, alertando para os custos que podem ser evitados por meio de práticas responsáveis e sustentáveis.
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