
Abandono à Seca: Governo Suspende Operação Carro-Pipa e Deixa 270 Mil Paraibanos sem Água
Falta de recursos financeiros paralisa programa essencial que há 26 anos garante acesso à água potável no Nordeste.
É difícil acreditar que, em pleno século 21, milhares de famílias ainda dependam de caminhões-pipa para ter o mínimo: água potável. Mais revoltante ainda é saber que um programa essencial como a Operação Carro-Pipa foi suspenso, deixando quase 270 mil paraibanos à mercê da seca e da negligência governamental. A desculpa? A falta de verba, como se água fosse um luxo e não um direito básico.
A suspensão começou nesta segunda-feira (25), segundo confirmou o Escritório Regional do Primeiro Grupamento de Engenharia do Exército, em João Pessoa. Na Paraíba, o programa atendia 159 municípios, sendo a única fonte de água potável para milhares de pessoas. O Exército afirma que a paralisação se deve à falta de descentralização de recursos financeiros pelo Governo Federal.
O impacto imediato já é cruel: 140 mil pessoas que dependem de pipeiros autônomos ficarão sem abastecimento. Empresas contratadas poderão operar até o dia 2 de dezembro, mas o futuro é incerto. Enquanto isso, o presidente da Federação dos Municípios da Paraíba (Famup), George Coelho, apela à bancada federal em busca de recursos complementares. “Água é vida. Não podemos deixar essas pessoas desamparadas”, declarou.
A Operação Carro-Pipa não é uma ação improvisada. Há 26 anos, ela funciona como uma tábua de salvação para comunidades castigadas pela seca no Nordeste e Norte de Minas Gerais. É um programa estruturado, fruto de uma cooperação entre os Ministérios da Defesa e do Desenvolvimento Regional, e já deveria ter financiamento garantido.
A suspensão escancara a indiferença com que o governo trata a população mais vulnerável. Fala-se em contato com órgãos governamentais e esforços para evitar a interrupção, mas as torneiras secas contam outra história. Quem vive nas regiões atendidas pela operação sabe que cada dia sem água é uma luta desesperada pela sobrevivência.
Enquanto isso, as promessas ficam no papel e o direito à água vai pelo ralo. Não é apenas uma falha de gestão; é uma afronta à dignidade de milhares de brasileiros que só pedem o básico para viver.
Fonte e Créditos: Revista Oeste