
Acidentes em Mototáxi da 99 Levantam Reclamações e Ações Contra a Empresa
Usuários relatam falta de suporte após acidentes e a Prefeitura de São Paulo intensifica fiscalização contra o serviço
A plataforma de transporte 99 enfrenta uma onda de reclamações sobre acidentes envolvendo o serviço de mototáxi, além de uma disputa judicial com a Prefeitura de São Paulo, que proíbe a modalidade na capital desde janeiro de 2023. Desde o início das operações na cidade, em 14 de janeiro de 2025, nove denúncias de acidentes já foram registradas no site Reclame Aqui.
Reclamações de Usuários
Relatos apontam a gravidade dos acidentes e a ausência de assistência por parte da empresa. Um passageiro de Francisco Morato afirmou que sofreu fraturas no joelho e no ombro após o condutor perder o controle da moto, e que a 99 não ofereceu suporte para acionar a seguradora.
Em Santos, outro usuário contou que o motociclista colidiu com um carro poucos minutos após iniciar a corrida, resultando em ferimentos. Além de não receber apoio, ele ainda foi cobrado pela viagem.
Casos semelhantes ocorreram em Guarulhos, Cotia e outras cidades do Brasil, como Rio de Janeiro e Salvador. Problemas como pneus carecas, ausência de suporte financeiro e danos materiais são recorrentes nas queixas.
A Resposta da Empresa
Em nota, a 99 destacou que o serviço de mototáxi está em operação desde 2022, com mais de 1 bilhão de viagens realizadas em 3.300 municípios. A empresa afirma que apenas 0,0003% das corridas resultaram em acidentes e atribui isso a diversas medidas de segurança, como alertas de velocidade, cursos de direção e monitoramento das corridas.
A plataforma garante que as viagens estão protegidas por seguro e segue protocolos rigorosos em casos de acidentes. Ainda assim, passageiros afirmam que o suporte é insuficiente.
Conflito com a Prefeitura
Na capital paulista, a modalidade é alvo de fiscalização intensiva. Desde o início das operações, mais de 30 motos foram apreendidas, 11 delas apenas na última sexta-feira (17/1). O Comitê Municipal de Uso do Viário (CMUV) notificou a 99, determinando a suspensão imediata do serviço.
Apesar disso, a empresa argumenta que a proibição contraria uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que permite a regulamentação, mas não a proibição, de serviços de transporte por aplicativos. A 99 afirma estar respaldada por mais de 20 decisões judiciais que garantem a operação em todo o Brasil.
A disputa judicial segue em andamento, enquanto usuários e autoridades questionam a segurança e a regulamentação do serviço.