Acuado por críticas, Dino bloqueia políticos e jornalistas nas redes sociais
Diante das críticas recebidas após a divulgação de uma reportagem sobre a reunião de secretários do Ministério da Justiça com a “dama do tráfico amazonense”, o ministro da Justiça, Flávio Dino, optou por uma nova polêmica ao bloquear políticos e jornalistas em suas redes sociais.
Entre os mais recentemente bloqueados estão o deputado Kim Kataguiri (União-SP), o ex-deputado Paulo Eduardo Martins, a coordenadora do MBL, Amanda Vettorazzo, e o jornalista da Gazeta do Povo, Paulo Polzonoff Jr.
Alguns opositores do ministro, como os deputados Nikolas Ferreira (PL-MG), Carlos Jordy (PL-RJ), Marco Feliciano (PL-SP) e a ex-deputada Janaína Paschoal, já estavam bloqueados desde o início do governo, sendo o bloqueio de Feliciano datado de 2020.
O deputado Kim Kataguiri ironizou a atitude do ministro, comentando nas redes sociais: “Não pode nem pedir impeachment do cara que ele já fica assim”, em referência ao bloqueio.
Os bloqueios impostos por Dino têm como consequência a impossibilidade dos bloqueados visualizarem as publicações do ministro e fazerem comentários.
Paulo Polzonoff Jr., em crônica publicada na Gazeta do Povo, descreveu a ação do ministro como “autoritária” e “inútil”. Por sua vez, a coordenadora do MBL, Amanda Vettorazzo, afirmou ter sido bloqueada após questionar a ligação da pasta com o crime organizado.
A atuação intensa do ministro nas redes sociais tem gerado desconforto até mesmo entre aliados, que questionam sua estratégia de comunicação diante de situações delicadas, como a revelação do encontro com a “dama do tráfico”.
Segundo informações do jornal Metrópoles, a rápida resposta de Dino à reportagem teria rendido a ele o apelido de “twitteiro” dentro do próprio governo, levantando dúvidas sobre a eficácia de sua estratégia de comunicação.