Adeus a Francisco, o Papa dos Justos

Durante o funeral em Roma, Lula encontra Julian Assange e celebra legado do pontífice em defesa da liberdade e da verdade

Enquanto o mundo se despedia de Papa Francisco em Roma, uma cena simbólica também acontecia nos bastidores: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontrou com Julian Assange, o controverso fundador do WikiLeaks, agora em liberdade após quase 14 anos de uma batalha jurídica e diplomática internacional.

Nas redes sociais, Lula relatou o encontro e destacou o papel essencial do Papa na luta pela liberdade de expressão:
— “Contei a Assange como o Papa Francisco foi um defensor incansável da democracia e da liberdade de imprensa. Foi depois da audiência concedida à esposa e aos filhos dele, em 2023, que a mobilização por sua libertação ganhou novo fôlego. Fiquei muito feliz em vê-lo bem, retomando a vida com sua família. Ele é um símbolo de resistência para todos que lutam pelos direitos humanos”, escreveu o presidente.

Assange, que passou sete anos confinado na embaixada do Equador em Londres e mais quatro em uma prisão de segurança máxima, conquistou sua liberdade em junho de 2024, ao aceitar um acordo com a Justiça dos Estados Unidos. Ele se declarou culpado por vazar documentos secretos, entre eles arquivos das guerras do Iraque e do Afeganistão, em troca de sua libertação.

Durante a visita a Roma para o funeral do Papa, Lula reforçou o valor simbólico da luta de Assange e do próprio pontífice, que sempre se posicionou em favor dos marginalizados e perseguidos. O encontro entre os dois também serviu como um lembrete da conexão entre fé, justiça e coragem.

Enquanto isso, o Vaticano se prepara para um novo ciclo. O conclave que escolherá o sucessor de Francisco começa em 7 de maio. A Capela Sistina já foi fechada ao público, e os cardeais iniciaram os ritos de preparação. Um dos favoritos, o cardeal Angelo Becciu, condenado por desvio de fundos, anunciou que não participará da votação.