Adeus ao Vampiro Vlad: Ney Latorraca, Ícone da TV Brasileira, Morre aos 80 Anos

Adeus ao Vampiro Vlad: Ney Latorraca, Ícone da TV Brasileira, Morre aos 80 Anos

Do teatro às telas: uma carreira inesquecível marcada pelo humor e versatilidade

Ney Latorraca, um dos maiores nomes da dramaturgia brasileira, faleceu nesta quinta-feira (26), aos 80 anos, no Rio de Janeiro. Internado desde o dia 20 de dezembro na Clínica São Vicente, na Gávea, o ator não resistiu a complicações de uma sepse pulmonar, decorrente de um câncer de próstata que enfrentava desde 2019.

O ator era casado há 30 anos com o também ator Edi Botelho, que agora se despede do companheiro de vida e arte. O velório será realizado no foyer do Theatro Municipal do Rio de Janeiro nesta sexta-feira (27), com despedida aberta ao público entre 10h30 e 13h30. A cremação, reservada à família, acontece em seguida.

Uma vida dedicada à arte

Nascido em Santos (SP), em 25 de julho de 1944, Ney carregava a veia artística desde a infância, sendo filho de Alfredo, crooner de boates, e Tomaza, corista. Sua trajetória começou no teatro, com peças escolares como Pluft, o Fantasminha. Na televisão, estreou em 1969 com Super Plá, na TV Tupi, mas foi na Rede Globo que consolidou seu espaço em 1975, na novela Escalada.

Ao longo de sua carreira, Ney interpretou personagens inesquecíveis, como o extravagante vampiro Vlad, na novela Vamp (1991), e o hilário Barbosa, em TV Pirata (1988). Sua versatilidade o levou a encarnar figuras icônicas e inovadoras, de um líder de banda de rock em Estúpido Cupido (1976) a um travesti em Um Sonho a Mais (1985), papel em que desempenhou seis personagens distintos.

O “versátil” da Globo

Com mais de 18 novelas, seis minisséries, oito seriados e 23 longas-metragens no currículo, Ney não escondia o impacto da diversidade de papéis em sua trajetória. “Fazer de tudo na televisão, de vampiro a jacaré, foi minha grande escola. Mas ser versátil também me trouxe desafios únicos”, comentou em entrevistas.

Além da televisão, brilhou nos palcos ao lado de Marco Nanini, com quem dividiu 11 anos de sucesso na peça O Mistério de Irma Vap, dirigida por Marília Pêra.

Lembranças e legado

Ney costumava dizer que “ator já nasce ator”, e sua vida confirmou isso. Marcado por uma infância difícil, ele transformou as adversidades em combustível para uma carreira brilhante. “Sempre fui uma criança diferente. Representar foi minha forma de sobreviver”, revelou ao Memória Globo.

A despedida de Ney Latorraca não é apenas o adeus a um ator, mas a um gigante que transformou a comédia, o drama e o teatro brasileiro, deixando uma marca que o tempo não apagará.

Compartilhe nas suas redes sociais
Categorias
Tags