Advogado de Valdemar renuncia defesa de Bolsonaro

Advogado de Valdemar renuncia defesa de Bolsonaro

O documento afirma que a decisão “compromete não apenas a atividade política partidária, mas também a essência do debate democrático”


O ex-presidente Jair Bolsonaro solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), uma reconsideração da decisão que o impede de manter contato com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, no contexto do inquérito sobre o golpe. Essa restrição, comum em investigações criminais, visa evitar possíveis interferências ou obstruções.

Os advogados de Bolsonaro argumentam que ele é o principal cabo eleitoral do partido e que essa restrição prejudica as articulações para as eleições municipais de 2024. Segundo a defesa, a decisão compromete a atividade política partidária e a essência do debate democrático.

Além de proibir o contato direto entre os investigados, Moraes também impediu que eles conversem por meio de seus advogados. O advogado Marcelo Bessa, que coordenava a defesa de Bolsonaro em outros inquéritos, renunciou aos processos envolvendo o ex-presidente, alegando motivos não comentados. Ele será substituído pela advogada Luciana Lauria Lopes.

A OAB contesta a decisão de Moraes, alegando violação das prerrogativas da classe e do direito de defesa dos investigados. A entidade busca reverter a restrição no STF. A defesa de Bolsonaro também questiona a atuação de Moraes, solicitando a redistribuição do inquérito e anulação das decisões por falta de imparcialidade.

Apesar disso, a chance do recurso prosperar é considerada pequena, uma vez que o STF já validou a atuação de ministros em situações semelhantes, como no caso do ex-deputado Daniel Silveira. A PF descobriu que Moraes foi monitorado clandestinamente, e aliados de Bolsonaro na trama golpista buscavam a prisão do ministro.

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