
Advogado é Condenado a 9 Anos de Prisão por Vínculo com o PCC em MS
Sentença confirma que profissional auxiliava facção criminosa com informações sigilosas e suporte logístico
O advogado Alexssander Cardoso dos Santos, preso durante a Operação Expurgo em 2023, foi condenado a nove anos e quatro meses de prisão pelos crimes de associação criminosa e colaboração com o tráfico de drogas. A decisão foi proferida pelo juiz da Vara Única da Comarca de Água Clara e publicada em fevereiro. O caso tramita sob sigilo judicial.
Relação com o PCC
De acordo com a sentença, Alexssander utilizava sua posição para ajudar integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), repassando informações sobre investigações sigilosas. As provas apontam que ele alertava criminosos sobre mandados de prisão e chegou a se oferecer para armazenar drogas em seu escritório.
“O acusado extrapolou os limites da advocacia e atuou diretamente na estrutura da organização criminosa, prestando suporte logístico e estratégico”, afirma o juiz Cesar David Maudonnet na decisão.
Provas e Testemunhos
Durante a investigação, policiais civis relataram que Alexssander comparecia à delegacia antes mesmo da chegada dos presos, demonstrando conhecimento prévio sobre as prisões e seus motivos. Em um dos casos citados no processo, um detido negou conhecer o advogado e afirmou nunca ter contratado seus serviços.
A defesa contestou a legalidade das provas obtidas por interceptação telefônica e apontou supostas nulidades no processo. No entanto, a Justiça considerou as evidências consistentes e confirmou o vínculo do advogado com o crime organizado. “As provas demonstram que o réu mantinha um vínculo estável e permanente com a organização criminosa, atuando como intermediário entre seus integrantes”, destacou outro trecho da sentença.
Prisão Preventiva Mantida
Alexssander permanece preso desde 21 de novembro de 2023, quando a segunda fase da Operação Expurgo foi deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) no município de Água Clara. A Justiça decidiu manter a sua prisão preventiva devido à gravidade dos fatos e ao risco de interferência no processo.