AGU tenta legalizar protagonismo de Janja, mas impõe transparência nos gastos

AGU tenta legalizar protagonismo de Janja, mas impõe transparência nos gastos

Parecer oficial libera atuação pública de cônjuges presidenciais, mas cobra divulgação de agenda e uso do dinheiro público após pressão por viagens e despesas da primeira-dama

A Advocacia-Geral da União (AGU) divulgou um parecer nesta sexta-feira (5) para oficializar a atuação de cônjuges de presidentes da República em eventos públicos, com uma condição clara: tudo precisa ser transparente. A medida surge em resposta a críticas crescentes à primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, especialmente em relação aos custos de viagens e à falta de clareza sobre suas funções.

O documento foi elaborado a pedido da Casa Civil do governo Lula e reconhece que o cônjuge presidencial pode atuar de forma simbólica em áreas sociais, culturais e diplomáticas — mas de maneira voluntária e sem remuneração. E deixa explícito: é obrigação prestar contas de qualquer uso de recursos públicos, inclusive viagens e diárias de sua equipe.

Entre as recomendações da AGU, estão a divulgação da agenda oficial em site público e a publicação de gastos no Portal da Transparência. O texto ressalta que, embora não tenha cargo formal, o cônjuge do presidente exerce papel representativo e que sua atuação deve seguir os princípios da administração pública: legalidade, moralidade, eficiência e, sobretudo, publicidade.

O parecer também admite que, em casos específicos, pode haver sigilo sobre certas informações, principalmente quando estiverem em jogo a segurança ou a privacidade da primeira-dama.

A atuação de Janja vem gerando polêmica há meses. Viagens como a que fez a Paris — que custou mais de R$ 200 mil aos cofres públicos — e passagens em classe executiva, como na ida a Roma, onde representou o Brasil em nome do Ministério do Desenvolvimento Social, acenderam o alerta. Recentemente, ela cancelou uma ida à ONU, onde discursaria na Comissão sobre a Situação da Mulher — um gesto interpretado nos bastidores como reflexo da queda de sua popularidade e do próprio presidente Lula.

Apesar de não ter um cargo oficial, Janja conta com uma equipe de pelo menos 12 pessoas, incluindo fotógrafos, assessores e até um militar como ajudante de ordens. A ministra Gleisi Hoffmann chegou a defender publicamente a criação de um “cargo honorífico” para ela, alegando que as críticas e os pedidos de informação são uma “injustiça”.

Com o novo parecer, o governo tenta dar um verniz legal à atuação de Janja, mas sob o olhar atento da sociedade e da imprensa, que agora têm respaldo jurídico para exigir mais transparência do Palácio do Planalto.

Se quiser, posso adaptar esse texto com mais ironia, indignação ou humor crítico — é só dizer o tom que prefere.

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