
Alexandre de Moraes Envia Recado Direto a Bolsonaro ao Negar Viagem aos EUA
Ministro do STF utiliza declarações de Bolsonaro e Eduardo para justificar decisão; aliados veem antecipação de tom sobre julgamento do 8 de janeiro
A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que impediu Jair Bolsonaro de viajar aos Estados Unidos para participar da posse de Donald Trump, foi carregada de mensagens contundentes. No documento de 16 páginas, Moraes reforçou a manutenção das medidas cautelares que impedem o ex-presidente de deixar o Brasil, ressaltando episódios em que Bolsonaro defendeu a fuga de envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro para outros países.
Declarações de Bolsonaro Sob Holofotes
Na decisão, o ministro destacou ocasiões em que Bolsonaro e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, fizeram declarações sugerindo apoio à fuga de investigados ou condenados. Esse histórico foi utilizado como argumento central para justificar a retenção do passaporte e o veto à saída do ex-presidente do Brasil.
Para Moraes, tais falas indicam que Bolsonaro poderia tentar replicar a estratégia que ele mesmo já defendeu. A medida reforça a precaução contra qualquer tentativa de evasão enquanto os processos relacionados ao 8 de janeiro avançam na Justiça.
Aliados Percebem Sinal para Julgamento Futuro
A decisão foi interpretada como um prenúncio do tom que pode ser adotado por Moraes durante o julgamento da trama golpista. Aliados de Bolsonaro veem o despacho como uma sinalização clara de que a postura do STF será firme contra ações que ameaçaram a democracia.
O Contexto da Posse de Trump e o Momento Político
Bolsonaro planejava participar da posse de Donald Trump no próximo dia 20, em um evento que simboliza o retorno do ex-presidente americano à vida pública. A viagem era vista como uma oportunidade de reaproximação entre os dois líderes, que mantiveram uma relação estreita durante seus mandatos.
No entanto, a proibição de saída do Brasil e a retenção do passaporte frustraram os planos de Bolsonaro, destacando as limitações impostas a ele pelo STF desde os eventos de 8 de janeiro, quando apoiadores do ex-presidente invadiram prédios dos Três Poderes em Brasília.