Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, renova porte de arma
É revoltante ver como os altos escalões da política podem viver num universo paralelo, onde regras que eles mesmos defendem parecem ser meras palavras ao vento. Aloizio Mercadante, o presidente do BNDES e uma figura chave do PT, está há anos com um porte de arma em mãos. Sim, aquele mesmo partido que, nas campanhas, grita aos quatro ventos contra o armamento, dizendo que é perigoso, que é desnecessário e que as armas devem ser tiradas das ruas. No entanto, aqui está Mercadante, há quase uma década com sua licença de arma renovada, como se fosse a coisa mais natural do mundo.
E o argumento usado para justificar isso? Ah, ele tem um sítio em uma área rural difícil de acessar. Por favor! Então, o cidadão comum que mora em regiões perigosas, que enfrenta a criminalidade de frente todos os dias, esse tem que confiar na sorte ou na polícia que nunca chega a tempo. Mas para Mercadante, um poderoso do governo, o porte é uma necessidade quase óbvia, como se a violência fosse seletiva e só atacasse as elites quando estão fora da cidade.
A hipocrisia aqui é avassaladora. Em público, Mercadante e seu partido defendem o Estatuto do Desarmamento, empurram restrições para o povo, mas nos bastidores, o próprio se arma, com o apoio da Polícia Federal e dos delegados locais. E ainda usam o pretexto de que ele é uma “figura pública exposta”. Ora, e o povo que lida com o risco de vida diário, sem segurança? Não merece também esse direito de defesa? Claro que não, segundo eles. Afinal, armas para os poderosos são questão de segurança, mas para o cidadão comum é “perigo” e “violência”.
E para piorar, o apartamento de Mercadante foi arrombado e, por sorte ou não, nada foi levado. Mas a exposição pública do porte de arma do poderoso do BNDES é o que preocupa. Não é a falta de segurança, não é o desamparo das políticas públicas que afetam o povo. O que realmente gera desconforto é que a renovação de seu porte de arma veio a público, como se fosse um segredo sombrio. Isso só reforça a indignação: o poder e o privilégio seguem blindados, enquanto o resto do país continua vulnerável e à mercê da própria sorte.
É uma afronta a quem acreditou nas promessas de desarmamento, a quem esperava que as regras valessem para todos.