Anatel dá nova ordem de bloqueio ao ‘X’ com ajuda da Cloudflare
Na noite de quarta-feira, 18 de setembro, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) voltou a acionar o sinal vermelho contra o X (anteriormente conhecido como Twitter), enviando notificações a 20 mil operadoras e provedores de internet para restabelecer o bloqueio da rede social no Brasil. A informação foi revelada pela jornalista Andreza Matais, do portal UOL.
O cerco se fechou com a ajuda da Cloudflare, uma empresa americana que, de acordo com a jornalista, foi mobilizada para colaborar com o bilionário Elon Musk. Após receber a ordem da Anatel, a Cloudflare fez uma espécie de “magia tecnológica” para isolar o tráfego do X, permitindo o bloqueio sem afetar outros sites e serviços que compartilham a mesma infraestrutura. Sem essa solução, o bloqueio poderia ter afetado também sites essenciais, como os do próprio STF e bancos privados.
A Anatel espera que o bloqueio esteja completamente em vigor até o final da manhã de hoje, 19 de setembro.
A ordem de bloqueio original foi emitida por Alexandre de Moraes em 30 de agosto, após o X se recusar a remover contas problemáticas e retirar seu representante do Brasil. Musk, não perdendo tempo em jogar a culpa na falta de cumprimento das ordens, alegou que seus funcionários estavam sob ameaça de prisão por desobedecer o que ele chamou de ordens abusivas.
Em resposta, Moraes tomou uma decisão sem precedentes: bloqueou as contas da Starlink, outra empresa de Musk, até que o pagamento das multas fosse realizado.
No entanto, a história não para por aí. A Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint) informou que, após uma atualização operacional, a plataforma X conseguiu reverter a suspensão em parte. Desde ontem, muitos usuários têm relatado acesso livre ao site, sem precisar recorrer a VPNs.
A Abrint, por sua vez, revelou que o X mudou seu endereço eletrônico para os servidores da Cloudflare, um movimento estratégico que utiliza IPs compartilhados com outros serviços legítimos, como bancos e sites governamentais. Isso levanta sérias questões sobre como a tentativa de burlar a suspensão pode impactar negativamente outras empresas e serviços essenciais.
Alexandre de Moraes havia dado prazo de 24 horas para que Elon Musk apresentasse um representante legal no Brasil, e a não observância levou à suspensão da rede social. No dia 17 de agosto, Musk anunciou o fechamento da sede da empresa no Brasil após a empresa ser multada por não cumprir a ordem de remover perfis. E como se não bastasse, parlamentares dos EUA estão agora pressionando para cancelar vistos de Moraes e outros ministros do STF.
A saga continua, revelando não apenas as complexas disputas jurídicas, mas também as tensões internacionais que cercam a batalha entre as grandes techs e as autoridades brasileiras.