Apenas depois de constatarem que estavam pisando em ‘terreno seguro’, ministros dobraram a aposta contra o então presidente

Apenas depois de constatarem que estavam pisando em ‘terreno seguro’, ministros dobraram a aposta contra o então presidente


Recentemente publicado, o livro “O Tribunal” revela que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) mantiveram diálogos com líderes militares antes de intensificarem sua oposição ao então presidente Jair Bolsonaro.

Apenas após constatarem que os militares não estavam propensos a participar de um suposto golpe de Estado, os ministros do STF teriam tomado medidas mais audaciosas, como a aprovação por uma maioria de 10 a 1 do chamado “inquérito do fim do mundo”, conforme as palavras do agora aposentado Marco Aurélio Mello.

O livro menciona que, ao assumir a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2021, o ministro Luiz Edson Fachin enviou representantes para dialogar com líderes regionais, constatando que nenhum deles compartilhava da opinião de Bolsonaro em relação às urnas eletrônicas.

Quando Fachin percebeu que estava em uma posição favorável, em maio do ano seguinte, começou a ignorar pedidos e questionamentos do ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, sobre as máquinas.

Outros detalhes do livro sobre a relação entre o STF e Bolsonaro revelam que, com Moraes no comando do TSE, Nogueira recebeu respostas ríspidas. Moraes teria respondido de maneira desdenhosa sobre a possibilidade de as máquinas terem programas espiões, afirmando: “Ô, Paulo Sérgio, pode ser que caia um meteoro e destrua a Terra. Tenha a santa paciência.”

Há relatos de que Moraes talvez considerasse Bolsonaro como “burro”, enquanto o ministro Luiz Fux acreditava apenas que o ex-presidente dava ouvidos a “pessoas equivocadas”.

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