Após blindar Haddad, Lula cobra empenho para aprovar tributária
O presidente Lula (PT) se reuniu nesta segunda-feira, 17, com os ministros Fernando Haddad, da Fazenda, e Simone Tebet, do Planejamento, exigindo maior empenho na aprovação da regulamentação da reforma tributária. A demanda surge após Lula defender o ministro da Fazenda de sucessivas derrotas no Congresso Nacional.
“Tivemos duas conversas com o presidente. A primeira para organizar a votação na Câmara e no Senado antes do recesso, com um cuidado especial do presidente com a regulamentação da reforma tributária”, declarou Haddad.
Em abril, o governo apresentou dois dos três projetos necessários para regulamentar a PEC da reforma tributária. O documento, com mais de 300 páginas, revoga antigas normas do sistema tributário brasileiro.
“[Lula] pediu muito empenho aos ministros, especialmente com a Câmara no primeiro semestre, para conseguirmos votar os dois projetos de leis complementares, com tempo necessário de votar e levar à sanção presidencial”, completou Haddad.
Ainda segundo o ministro da Fazenda, Lula ficou “surpreso” com a notícia de que a carga tributária do país diminuiu em 2023.
“Ele ficou até surpreso com a notícia de que a carga tributária no Brasil ano passado caiu, porque as pessoas às vezes reclamam, grupos de interesse reclamam e não veem a confirmação do todo, da evolução da carga tributária. Nós apresentamos várias séries históricas também para ele, desde o governo Fernando Henrique, até hoje”, afirmou Haddad.
De acordo com dados do Tesouro Nacional, a carga tributária – a proporção entre os impostos pagos e a riqueza total do país – foi de 32,44% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023.
No último ano, a arrecadação da União, estados e municípios somou R$ 3,52 trilhões, enquanto o PIB em valores correntes totalizou R$ 10,85 trilhões. A carga tributária teve uma queda de 0,64 ponto percentual do PIB em relação a 2022, quando foi de 33,07% do PIB.