Após discussão entre prefeito e ministro, Farroupilha é retirada da lista de municípios em estado de calamidade
Após uma discussão entre o prefeito e o ministro, Farroupilha foi removida da lista de municípios em estado de calamidade. Isso ocorreu após o prefeito gravar uma conversa com o ministro da Secom, Paulo Pimenta. O novo decreto estadual reafirma o estado de calamidade pública no Rio Grande do Sul devido às fortes chuvas, distinguindo entre calamidade e situação de emergência. Dos 366 municípios afetados, 46 estão em estado de calamidade e 320 em situação de emergência. Contudo, Farroupilha, que anteriormente estava classificada como em estado de calamidade no decreto anterior, foi excluída de ambas as listas no novo decreto.
Essa exclusão gerou controvérsia, com a prefeitura local afirmando que está buscando recursos junto à Casa Civil e à Defesa Civil estadual e nacional para contestar essa decisão. O município havia emitido um decreto municipal de calamidade em 1º de maio, posteriormente aprovado pelo estado e pelo governo federal. Além disso, o prefeito expressou descontentamento com a resposta do governo federal em relação aos recursos destinados à cidade. Em um vídeo amplamente divulgado, ele questionou o ministro Pimenta sobre a insuficiência de um repasse inicial de R$ 300 mil para os reparos necessários.
O ministro Pimenta afirmou que o valor seria utilizado temporariamente enquanto um plano de trabalho fosse desenvolvido, mas a comunicação foi prejudicada por falhas na ligação. Ele também declarou que o prefeito agiu de forma hostil e tentou “lacrar na internet”, destacando que não havia solicitações de recursos protocoladas pela prefeitura até aquele momento.
O decreto estadual de calamidade pública, válido por 180 dias, permite que o governo estadual tome medidas administrativas para a contratação de bens e serviços necessários para socorrer a população e reconstruir infraestruturas essenciais. No entanto, a prefeitura de Farroupilha insiste que a exclusão do município não reflete a gravidade dos danos sofridos, que afetaram tanto áreas urbanas quanto rurais.
Essa é considerada a maior tragédia climática do Rio Grande do Sul, afetando cerca de 2,1 milhões de pessoas em 450 dos 497 municípios do estado. A Defesa Civil relatou que 76,8 mil pessoas estão em abrigos cadastrados e 538,5 mil estão alojadas na casa de amigos, parentes ou conhecidos.