“Após o golpe, eu deveria ser preso e enforcado na Praça dos Três Poderes”, revela Moraes sobre planos bolsonaristas em 8/1
O Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, revelou em entrevista que houve pelo menos três planos elaborados por bolsonaristas para atacá-lo durante a invasão das sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023. Enquanto estava na Europa com sua família, os planos incluíam prisão seguida de transporte para Goiânia, homicídio no caminho, e um terceiro, mais extremo, prevendo sua prisão e enforcamento na Praça dos Três Poderes.
Moraes, que é o relator do caso no STF, detalhou que as investigações sobre esses planos estão em andamento, conduzidas por um inquérito separado no tribunal, além de diligências coordenadas pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
O ministro destacou que os golpistas pretendiam forçar a adoção da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para cooptar as Forças Armadas ao golpe. Ele enfatizou que, embora alguns membros do Exército tenham atuado, a instituição como um todo não flertou com a ideia. Moraes apontou a permissão da entrada dos golpistas na Esplanada dos Ministérios, devido à negligência na segurança após uma posse tranquila em 1º de janeiro, como um “grande erro doloso”.
O ministro ressaltou a importância de responsabilizar todos os envolvidos no ataque, incluindo políticos, e destacou que mais de 30 pessoas foram condenadas pelo STF em menos de um ano. Ele considerou as prisões do ex-ministro Anderson Torres e o afastamento do governador Ibaneis Rocha como ações cruciais para conter os golpistas e evitar efeitos dominó em outros estados. Moraes assegurou que todos com responsabilidade comprovada, após o devido processo legal, serão responsabilizados.
