Após pressão, Gonet muda de ideia e recomenda prisão domiciliar para “patriota” de 74 anos

Após pressão, Gonet muda de ideia e recomenda prisão domiciliar para “patriota” de 74 anos

Procurador-geral da República recua e agora defende que idosa condenada pelos atos de 8 de Janeiro cumpra pena em casa, apesar da ausência de laudos médicos favoráveis.

Em um movimento que surpreendeu até quem acompanha de perto os bastidores de Brasília, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, mudou de posição e passou a apoiar o pedido de prisão domiciliar para Vildete Ferreira da Silva Guardia, de 74 anos, condenada pelos atos do 8 de Janeiro.

A decisão de Gonet vem apenas uma semana depois de ele mesmo ter se manifestado contra a concessão do benefício. Na ocasião, o procurador sustentou que não havia provas médicas suficientes para justificar a substituição da prisão em regime fechado pela domiciliar. Mesmo diante de um laudo da Penitenciária Feminina de Sant’Anna (SP) que dizia não haver necessidade de cuidados especiais, Gonet agora afirma que o caso merece uma reavaliação mais cuidadosa.

Ele justificou a guinada citando princípios constitucionais como a proteção ao idoso, a dignidade da pessoa humana e a prioridade por medidas que permitam o cumprimento da pena em casa. Para Gonet, esses valores devem prevalecer sobre a rigidez da prisão fechada — mesmo sem um laudo médico robusto que ampare essa decisão.

Vildete, que está presa desde junho de 2024, foi condenada a 11 anos e 11 meses de prisão. Sua defesa insiste que ela enfrenta uma série de problemas de saúde, incluindo bronquite asmática, osteoporose, trombose venosa profunda, transtorno depressivo, entre outras condições, o que reforçaria a necessidade de cumprir a pena em ambiente domiciliar.

O recuo do chefe da PGR, num caso que carrega simbolismo político, joga luz sobre as tensões e contradições envolvendo os desdobramentos dos atos antidemocráticos que marcaram o começo de 2023.

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