Arcebispo que chamou papa Francisco de “servo de satanás” é excomungado
Carlo Maria Vigano, conhecido pela oposição a Francisco, nega a legitimidade do papa e o acusou de “normalizar a sodomia e toda perversão sexual”
Carlo Maria Vigano, arcebispo e um dos principais críticos do papa Francisco, foi excomungado nesta sexta-feira (5/7). Com essa decisão, ele está proibido de celebrar missas, conduzir outras cerimônias religiosas e ocupar cargos na Igreja Católica.
Em comunicado, o Vaticano anunciou que a excomunhão de Vigano ocorreu devido à sua “recusa de sujeição ao Sumo Pontífice ou de comunhão com os membros da Igreja que lhe estão sujeitos”, configurando o crime de “cisma”. Vigano já fez diversas acusações contra Francisco, negando sua autoridade papal e acusando-o de tiranismo.
Conflitos e Acusações
Vigano, ex-núncio nos EUA e aposentado desde 2016, é conhecido por suas posturas conservadoras. Em dezembro do ano passado, ele chamou o papa Francisco de “servo de satanás” após o pontífice permitir a bênção a casais do mesmo sexo. Em outra declaração, em junho deste ano, Vigano acusou Francisco de “normalizar a sodomia e toda perversão sexual”.
A rivalidade entre Vigano e Francisco não é recente. Em 2018, o arcebispo acusou o papa de encobrir abusos sexuais cometidos pelo ex-cardeal Theodore McCarrick, excomungado em 2019. Vigano afirmou que Francisco sabia dos crimes desde 2013.
Processo de Excomunhão
O Vaticano iniciou o processo de excomunhão em 20 de junho. Vigano respondeu às acusações dizendo que eram um “motivo de honra” e recusou-se a reconhecer a autoridade do tribunal. Ele também não indicou advogado de defesa até o prazo final de 28 de junho.
Vigano, conhecido por suas opiniões negacionistas sobre a pandemia e mudanças climáticas, acusa o papa de “venerar o ídolo da Pachamama” e apoiar a Agenda 2030, além de criticar aqueles que questionam a teoria do aquecimento global antropogênico. Em seus textos, ele pede aos apoiadores que rezem por aqueles que, segundo ele, são perseguidos por sua fé.