Associação de jornalismo repudia ataques do PT ao profissionais do Estadão em ação para ‘descredibilizar imprensa’
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) emitiu uma nota de repúdio nesta terça-feira, condenando os ataques digitais recentes dirigidos a jornalistas do jornal “O Estado de S. Paulo”. A associação destacou a inadmissibilidade de autoridades utilizarem suas redes sociais para mobilizar seguidores e promover uma ação massiva de descredibilização da imprensa.
Os ataques ocorreram em resposta à divulgação, pelo Estadão, de reuniões entre Luciane Barbosa Farias, esposa de um líder de facção criminosa no Amazonas, e secretários do Ministério da Justiça. A Abraji expressou solidariedade aos jornalistas Andreza Matais, André Shalders e Tácio Lorran, alvo dos ataques, e destacou que insinuar que jornalistas são pagos para divulgar informações por interesses escusos é uma prática recorrente, prejudicial ao ambiente democrático.
A Associação Nacional de Jornais (ANJ) também condenou a tentativa de intimidação, alertando que teve apoio de dirigentes políticos, sites e influenciadores governistas. A ANJ destacou que esses métodos não estão em conformidade com valores democráticos e representam um desrespeito à liberdade de imprensa. A associação espera que tais métodos de intimidação cessem imediatamente, respeitando a liberdade de imprensa e a atuação independente do jornalismo.
Os ataques foram desencadeados após o site Revista Fórum divulgar prints de um formulário de denúncia contra Andreza Matais, editora de Política do Estadão, alegando pressão para relacionar o ministro da Justiça, Flávio Dino, às agendas de Luciane Barbosa Farias. O Estadão e Matais afirmam que se trata de uma denúncia falsa. O jornal estuda ações legais em resposta à campanha de difamação contra seus jornalistas.