
Atleta de 13 anos vira alvo de ataques após criticar governo: “Temi pela minha vida”, desabafa mãe
Jovem talento do tênis de mesa denuncia abandono do esporte e enfrenta linchamento virtual
Aos 13 anos, Yasmin Saddock, uma promissora atleta de tênis de mesa, tornou-se alvo de intensos ataques nas redes sociais ao criticar a falta de apoio do governo brasileiro ao esporte. Ao lado de sua mãe, Kelly Cristina Kubis, a jovem denunciou publicamente as dificuldades enfrentadas por atletas de base, mas a repercussão trouxe um tsunami de mensagens ofensivas e até ameaças, especialmente de figuras alinhadas à esquerda política.
Kelly revelou o impacto das agressões: “Simplesmente por criticar o governo, recebemos muitas ameaças. Houve momentos em que temi pela minha vida e pela segurança da minha filha.”
Críticas expõem abandono de jovens atletas no Brasil
Em uma publicação no Twitter/X, Yasmin lamentou a ausência de políticas públicas eficazes para atletas como ela, o que gerou apoio de alguns internautas, mas também provocou reações virulentas.
Entre os ataques, o influenciador Thiago dos Reis, ligado a eventos do PT e com pendências judiciais, insultou Yasmin, chamando-a de “hipócrita”. Perfis anônimos chegaram a zombar da situação, sugerindo que ela deveria criar um perfil no OnlyFans para custear sua carreira esportiva.
O ator José de Abreu, conhecido apoiador de Lula, acusou a mãe da jovem de usar a filha para fins políticos, enquanto outros perfis afirmaram que Yasmin seria “manipulada” como ferramenta ideológica.
Uma trajetória marcada pela superação
Apesar das adversidades, Yasmin tem colecionado vitórias. Medalhista de bronze no TMB Platinum, o maior torneio de tênis de mesa da América Latina, ela já conquistou 16 medalhas em competições representando o clube Sociedade Thalia, de Curitiba.
Sem idade para participar do programa Bolsa Atleta, que exige o mínimo de 14 anos, Yasmin depende de doações e patrocínios privados. Atualmente, ela conta com apenas R$ 250 mensais da Companhia Paranaense de Energia (Copel).
A jovem relembra o início da sua jornada: “Comecei jogando em uma mesa de cimento. Ganhei torneios escolares sem treinar, mas quando perdi meu primeiro campeonato, pedi à minha mãe para treinar de verdade.”
Solidariedade e apoio contra a hostilidade
Diante dos ataques, Yasmin também encontrou apoio. O deputado Eduardo Pedrosa elogiou a coragem da atleta e sua mãe: “Vocês têm o apoio de quem acredita no esporte como ferramenta de transformação social.”
Além disso, o investidor Tiago Guitián Reis contribuiu com R$ 1 mil para ajudar na mudança da família para Foz do Iguaçu, onde Yasmin integrará a Seleção Paranaense de Tênis de Mesa. “A coragem dela ao se posicionar é um exemplo para todos nós”, declarou.
Um grito por mudanças no esporte brasileiro
A história de Yasmin Saddock reflete o descaso governamental com o esporte de base e a intolerância às críticas legítimas. Enquanto luta por seus sonhos, ela expõe a necessidade urgente de políticas esportivas mais inclusivas, que reconheçam e valorizem os jovens talentos do Brasil.