Olimpíadas 2024

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Atleta refugiada afegã é desqualificada das Olimpíadas por slogan em capa no breaking

A atleta refugiada Manizha Talash foi desclassificada da competição de breaking B-Girl nas Olimpíadas após exibir uma capa com a mensagem “Mulheres Afegãs Livres” durante sua apresentação nesta sexta-feira (10).

Manizha, de 21 anos, que fugiu do Afeganistão em 2021 após a tomada do poder pelo Talibã, agora reside na Espanha e competia como membro da Equipe Olímpica de Refugiados sob o nome B-Girl Talash.

Durante sua estreia na batalha pré-qualificatória, Talash revelou uma capa azul-clara sob seu suéter, estampada com a mensagem pedindo a libertação das mulheres afegãs. A World DanceSport Federation, que regulamenta o esporte, divulgou uma declaração na sexta-feira informando que “a B-Girl TALASH (EOR) foi desqualificada por exibir um slogan político em seu traje durante a batalha pré-qualificatória. Os resultados foram atualizados de acordo.”

Antes da competição, Talash afirmou: “Não deixei o Afeganistão por medo do Talibã ou porque não poderia viver lá. Saí porque quero fazer o que puder pelas meninas no Afeganistão, pela minha vida, meu futuro, por todos.”

Sob o regime do Talibã, o Afeganistão se tornou o país mais repressivo em relação aos direitos das mulheres, segundo as Nações Unidas. O governo fechou escolas secundárias para meninas, proibiu mulheres de frequentar universidades, restringiu suas viagens sem um acompanhante masculino e as excluiu de espaços públicos como parques e academias.

Talash descobriu o breaking assistindo a vídeos online, mas teve dificuldade em treinar enquanto procurava um lugar para se estabelecer. Agora, como uma das 37 atletas que representam a Equipe Olímpica de Refugiados em Paris, ela se orgulha de fazer parte do time.

“Todos os refugiados enfrentam vidas muito difíceis, mas eles estão nos Jogos”, disse ela. “Fazer parte da equipe para mim significa força.”

Embora a mensagem de Talash tenha violado as regras contra slogans políticos nas Olimpíadas, ela também recebeu apoio de algumas pessoas. A escritora Nadira Goffe, da revista Slate, comentou no X: “Apenas 11 minutos de breaking e já tivemos um competidor exibindo uma jaqueta surpresa com a mensagem ‘Libertem as Mulheres Afegãs’ — ISSO é breaking. ISSO é cultura hip-hop.”

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