Ato Polêmico: Deputados pedem investigação da PGR contra governador da Bahia por declaração sobre Bolsonaro
Declaração de Jerônimo Rodrigues sobre o ex-presidente provoca reações na Câmara e gera pedido de apuração por incitação ao crime.
O clima político esquentou ainda mais com uma declaração do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), que levou os deputados Sanderson (PL-RS) e Otoni de Paula (MDB-RJ) a acionarem a Procuradoria-Geral da República (PGR). Eles pedem a investigação do governador por incitação ao crime, após ele sugerir que o ex-presidente Bolsonaro fosse colocado “na vala”, usando uma retroescavadeira.
Rodrigues fez essas declarações durante um evento recente, ao criticar a gestão de Bolsonaro durante a pandemia. Ele afirmou que o ex-presidente deveria ser responsabilizado pela morte de milhares de brasileiros e foi ainda mais contundente, dizendo que seus apoiadores também deveriam “ir para a vala”, comparando-os a lixo a ser descartado. Para os parlamentares, o tom agressivo ultrapassou os limites do debate político e invadiu o terreno da violência, desrespeitando a democracia e promovendo a intolerância.
O deputado Sanderson, vice-líder da Oposição na Câmara, afirmou que o discurso de Rodrigues é incompatível com o cargo que ocupa, especialmente quando se fala de violência contra eleitores. “Esse tipo de manifestação não pode ser tratado como simples figura de linguagem”, disse o parlamentar, enfatizando que o STF já decidiu que discursos de ódio são inconstitucionais.
Otoni de Paula, por sua vez, ressaltou que a persistência da gravação na internet só aumenta a gravidade do caso, sugerindo que a fala se enquadra como incitação à prática de crime.
Diante das críticas, o governador Jerônimo Rodrigues se defendeu dizendo que suas palavras haviam sido descontextualizadas e pediu desculpas caso o termo “vala” tenha sido exagerado ou ofensivo. Ele argumentou que estava expressando sua indignação pela condução do país durante a pandemia e reforçou que não teve intenção de incitar violência ou desejar mal a ninguém.
Este episódio reacende a tensão entre grupos políticos e levanta questões sobre os limites da liberdade de expressão em tempos de polarização extrema.
