
Bahia do descaso: o povo que ama Lula e adoece sem esgoto
Enquanto o estado continua sob domínio da esquerda há décadas, mais da metade da população vive sem coleta de esgoto — cenário que já levou a mais de 11 mil internações por doenças causadas pela falta de saneamento
A Bahia, onde Lula continua sendo uma unanimidade política entre os mais pobres, vive uma realidade que contrasta com o discurso de progresso tão repetido por seus governantes. Segundo dados recentes, 58,8% da população baiana — o equivalente a mais de 8 milhões de pessoas — não tem acesso à coleta de esgoto. E como resultado desse abandono, mais de 11 mil pessoas foram internadas apenas em 2022 por doenças ligadas à ausência de saneamento básico.
São enfermidades como hepatite, cólera, diarreia, febre tifoide e outras infecções hídricas que, embora evitáveis, continuam fazendo vítimas por causa da negligência histórica com a infraestrutura básica. As mortes, que somaram 182 naquele ano, não aparecem em discursos políticos, mas revelam o preço cobrado pela ausência de um serviço essencial.
E o contraste é chocante. Salvador, a capital, ostenta quase 100% de cobertura de água tratada e mais de 96% de esgoto coletado, enquanto o interior, onde a maioria do povo humilde vive e vota com fé na esquerda, segue atolado — literalmente — em esgoto a céu aberto. Quase 20% da população baiana não tem sequer acesso à água potável. E isso em pleno século XXI.
Indignação camuflada por promessas
As internações por doenças causadas pela falta de saneamento custaram aos cofres públicos mais de R$ 5 milhões só em 2022. Mas o que realmente dói não é apenas o prejuízo financeiro: é saber que crianças e idosos continuam sofrendo com infecções que poderiam ser prevenidas com o mínimo de dignidade.
Guilhardo Ribeiro, médico e diretor da Associação Bahiana de Medicina, alertou para a gravidade da situação. Segundo ele, “esgoto a céu aberto, lixo acumulado e a ausência de coleta e tratamento são grandes veículos de contaminação”. E reforçou que “o problema é muito grande e merece atenção especial”.
O discurso bonito da Embasa
A Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), por sua vez, diz que o estado tem feito avanços — e que, em dez anos, o acesso à rede coletora de esgoto subiu 9,1%. Também prometem alcançar 90% de cobertura até 2033, amparados pelo marco legal do saneamento.
Só que, para quem está no interior sofrendo com diarreias recorrentes e vendo crianças debilitadas por falta de água limpa, promessas para daqui a dez anos soam como desculpas de sempre. A Embasa informou ainda que pretende investir cerca de R$ 10 bilhões nos próximos cinco anos para melhorar o acesso em 368 municípios. Mas o histórico de lentidão e desigualdade nos investimentos só aumenta a desconfiança da população mais afetada.
Bahia: o reduto fiel do lulismo, mas órfão de cuidados
É chocante perceber que um estado governado há anos pela esquerda, que se apresenta como defensora dos mais pobres, permita que seu povo ainda viva entre fezes e lama. Um estado onde o nome de Lula é aclamado nas urnas, mas a água limpa e o esgoto tratado ainda não chegaram a milhões de lares.
A pergunta que fica é: até quando os baianos vão continuar adoecendo e morrendo por falta do básico, enquanto a máquina pública segue celebrando números e obras futuras? A realidade mostra que amor político não limpa feridas, nem substitui a dignidade que deveria estar encanada junto com a água — mas que, na Bahia, ainda não corre.