Bispo é preso por não aceitar interferência do Partido Comunista da China na igreja
Peter Shao Zhumin, bispo de uma diocese na província de Wenzhou, na China, foi preso pelas autoridades do Partido Comunista (PCC). O religioso de 61 anos criticou a interferência da ditadura nos assuntos internos da igreja.
Antes do Natal, em 16 de dezembro de 2023, Zhumin já havia sido detido e liberado dois dias depois. De 24 a 25 de dezembro, ele foi novamente levado ao condado de Taishun, em Wenzhou, impedindo-o de celebrar a missa de Natal.
Conforme a ONG China Aid, que monitora a perseguição aos cristãos naquele país, o religioso não quis aderir à Associação Patriótica Católica Chinesa, controlada pelo PCC. Depois da prisão, organizações de defesa dos Direitos Humanos e membros da diocese perderam totalmente o contato com Zhumin.
O governo substituiu Zhumin pelo padre Ma Xianshi, da Associação Patriótica Católica Chinesa, ligada ao PCC.
Segundo uma fonte que acompanhou a situação e relatou ao portal AsiaNews, as forças de segurança em Wenzhou detiveram o bispo Shao Zhumin em 2 de janeiro.
A prisão pode estar relacionada a uma carta enviada ao próprio Xianshi, na qual expressou descontentamento com o PCC.
Perseguição religiosa no governo ditador da China
Nomeado pelo Vaticano em 2011, Peter Shao Zhumin assumiu como bispo legítimo em setembro de 2016, depois da morte de Vincent Zhu Wei-Fang.
A perseguição religiosa na China continua a aumentar. O país lidera o ranking com o maior número de igrejas fechadas, conforme a Lista Mundial de Perseguição Religiosa de 2024 da ONG Portas Abertas. O regime de Xi Jinping é responsável por detenções arbitrárias de pastores e padres, sem contato externo, evidenciando uma grave violação da liberdade religiosa.
Fonte : Revista Oeste