Bolsonaro contesta dados do IBGE e chama taxa de desemprego de “mentira”

Bolsonaro contesta dados do IBGE e chama taxa de desemprego de “mentira”

Ex-presidente critica metodologia usada para calcular índice histórico

Nesta sexta-feira (27), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) levantou dúvidas sobre a taxa de desemprego divulgada pelo IBGE, que atingiu 6,1% no trimestre encerrado em novembro, a menor da série histórica iniciada em 2012. Em uma transmissão ao vivo pela rádio AuriVerde Brasil, Bolsonaro classificou os dados como “uma mentira” e criticou a metodologia utilizada pelo instituto, afirmando que ela não reflete a realidade do mercado de trabalho.

“Quem não procura emprego, para o IBGE, está empregado. Quem recebe benefícios sociais, como o Bolsa Família, também é considerado empregado. Essa mentira é reforçada pelo aumento no número de pessoas que buscam o seguro-desemprego”, disse o ex-presidente.

Metodologia internacional e críticas recorrentes

A taxa de desemprego é calculada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, que segue critérios da Organização Internacional do Trabalho (OIT). São consideradas desempregadas as pessoas que buscaram trabalho ativamente, mas não encontraram uma vaga. Aqueles que não estão empregados nem procuraram trabalho são classificados como fora da força de trabalho, incluindo o grupo dos desalentados – pessoas que desistiram de procurar emprego por acreditarem que não há vagas disponíveis.

Essa metodologia é usada no Brasil desde 2012, inclusive durante o governo Bolsonaro (2019-2022). O IBGE reforça que benefícios sociais, como o Bolsa Família, não interferem diretamente na classificação de ocupação ou desocupação.

Debates sobre ocupação e informalidade

Bolsonaro argumentou que trabalhadores informais, como motoristas de aplicativo ou vendedores ambulantes, mascaram a real situação do mercado de trabalho. Segundo o IBGE, esses trabalhadores são classificados como ocupados caso exerçam alguma atividade remunerada, mas isso não invalida a análise geral do índice.

Especialistas afirmam que a taxa de desemprego reflete tendências econômicas e sociais, mas sua interpretação pode variar conforme o contexto político. O índice de 6,1%, apesar de historicamente baixo, reacendeu discussões sobre a qualidade dos empregos gerados no país e a informalidade.

Mesmo diante das críticas, a metodologia do IBGE permanece como referência para análises internacionais e comparações históricas do mercado de trabalho no Brasil.

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