Bolsonaro contesta prisão de Braga Netto e acusações de obstrução

Ex-ministro é acusado de participar de planos golpistas e tentativa de interferir nas investigações

O ex-presidente Jair Bolsonaro criticou duramente a prisão do general Walter Braga Netto, que foi seu ministro e candidato a vice-presidente na chapa de 2022. Detido no sábado (14) pela Polícia Federal, Braga Netto é acusado de obstruir investigações e de envolvimento em planos para um golpe de Estado após as eleições.

Nas redes sociais, Bolsonaro questionou a legalidade da detenção. “Há mais de 10 dias, o ‘inquérito’ foi concluído pela PF, indiciando 37 pessoas e encaminhado ao MP. Como alguém, hoje, pode ser preso por obstruir investigações já concluídas?”, escreveu no X, antiga Twitter.

Acusações graves

Braga Netto é suspeito de tentar acessar informações sigilosas da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Em depoimento, Mauro Cid afirmou que o general e outros intermediários buscaram detalhes sobre sua colaboração por meio de contatos com seu pai, o general Mauro Lourena Cid.

Além disso, Braga Netto é apontado como um dos articuladores de um plano golpista investigado pela Operação Contragolpe. A apuração inclui denúncias de conspiração para assassinar figuras centrais do governo, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Defesa e justificativa da prisão

A defesa do general nega as acusações, argumentando que não há provas concretas que sustentem a prisão preventiva. No entanto, a Procuradoria-Geral da República justificou a medida como necessária para evitar interferências no andamento das investigações.

A prisão de Braga Netto, um nome de peso no governo Bolsonaro, reacendeu debates sobre as consequências do avanço das investigações contra figuras ligadas ao bolsonarismo e os desdobramentos das ações antidemocráticas que marcaram o período pós-eleitoral.