
Bolsonaro critica Lei da Ficha Limpa e defende mudanças: ‘Usada para perseguir a direita’
O ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a polemizar ao defender publicamente o fim da Lei da Ficha Limpa. Em um vídeo publicado em suas redes sociais, ele afirmou que a legislação, criada para impedir que políticos condenados disputem eleições, estaria sendo utilizada como ferramenta de perseguição contra nomes da direita.
Mudança de opinião e Críticas ao Passado
Bolsonaro relembrou que, no passado, votou a favor da lei, mas hoje critica sua aplicação. Segundo ele, após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, foi criada uma “gambiarra” para permitir que ela mantivesse seus direitos políticos. O ex-presidente também mencionou o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, destacando que condenações em segunda e terceira instâncias que poderiam mantê-lo inelegível foram anuladas.
Inelegibilidade e acusações contra o TSE
Bolsonaro minimizou as decisões da Justiça Eleitoral que o tornaram inelegível por oito anos. Segundo ele, seus atos não justificariam a punição. “Reunir-se com embaixadores? Falar em um carro de som? Isso agora é crime?” ironizou o ex-presidente, referindo-se às condenações por abuso de poder político e econômico. Ele acusou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de aplicar a Lei da Ficha Limpa de forma seletiva para prejudicar políticos conservadores.
Aliados tentam reverter inelegibilidade
Enquanto Bolsonaro segue impedido de disputar eleições, seus aliados no Congresso trabalham para modificar a legislação. Um projeto de lei complementar, apresentado pelo deputado Bibo Nunes (PL-RS) em 2023, propõe reduzir de oito para dois anos o tempo de inelegibilidade previsto na Lei da Ficha Limpa. Se aprovada, a mudança poderia beneficiar diretamente o ex-presidente.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que considera a pena atual “excessiva”, mas ressaltou que não há compromisso formal para mudar a regra no momento.
A discussão promete continuar gerando debates intensos no Congresso e na sociedade, reacendendo o embate entre governo e oposição sobre os limites da Justiça Eleitoral e as regras para candidaturas futuras.