
Bolsonaro critica Moraes ao deixar hospital: “Fizemos defesa sem acesso completo ao inquérito”
Recém-saído de uma internação de 21 dias, ex-presidente volta a atacar decisões do STF e defende anistia para presos do 8 de janeiro
Após passar três semanas internado para uma cirurgia de reconstrução da parede abdominal, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou o Hospital DF Star neste domingo (4) e, ainda na porta da unidade de saúde, não poupou críticas ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito que investiga os ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Visivelmente debilitado, Bolsonaro afirmou que sua defesa foi prejudicada no processo ao qual responde no Supremo Tribunal Federal. “O senhor Alexandre de Moraes agora disse que entregou tudo [os documentos do processo]. Mas a defesa foi feita antes disso, sem acesso completo ao material”, reclamou o ex-presidente, em conversa com apoiadores e jornalistas.
Mesmo orientado pelos médicos a evitar aglomerações, Bolsonaro reforçou seu apoio ao ato marcado para quarta-feira (7), em Brasília, em defesa da anistia aos envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes. Ele criticou as duras penas aplicadas aos condenados e comparou a situação com a anistia concedida a membros da esquerda no passado.
“O que mais machuca é ver pessoas inocentes sendo condenadas a até 17 anos de prisão. E logo a esquerda, que foi anistiada várias vezes, agora se recusa a discutir isso. Não houve uma gota de sangue, nem uso de armas. E ainda dizem que o que aconteceu é imperdoável”, protestou.
Apesar do apoio declarado à manifestação, a equipe médica recomendou que Bolsonaro não compareça pessoalmente ao evento por causa dos riscos de infecção e complicações pós-cirúrgicas.